MOBILIDADE DO FUTURO




MOBILIDADE DO FUTURO


Mobilidade urbana é tudo que diz respeito ao deslocamento das pessoas dentro do perímetro urbano. 

Mobilidade
s.f. Facilidade para se mover, para ser movido. Facilidade para mudar de expressão. Fig. Inconstância, instabilidade.

Urbano
Adj. Que diz respeito à cidade. Próprio de cidade. Diz-se do prédio para habitação (por oposição a prédio rústico). Figurado cortês; polido; civilizado.


O arquiteto urbanista em seu  escritório e local de trabalho, planeja a infraestrutura de uma cidade, esboçando o seu traço a partir de glebas e assim surgem os bairros, avenidas, ruas, e o traçado urbano deverá funcionar.

Essa possibilidade de locomoção deve ser provida pela própria cidade, de maneira que seus habitantes possam exercer seu direito de ir e vir livremente, de forma rápida e eficiente. 

Você deve estar pensando que trajeto irei fazer para meu trabalho hoje?
E a tecnologia ofertou os aplicativos de mobilidade urbana, sistema gps, informando o tráfego, você acaba optando por ruas menos movimentadas, novos caminhos e trajetos, para evitar ficar mais tempo no trânsito, correto?

O aplicativo de sua cidade deve disponibilizar a infraestrutura e as ferramentas para essa movimentação, com transporte público viário, ferroviário e fluvial com sistemas inteligentes. 

Outro questionamento sobre carros  que trafegam quase vazios, você já deu carona para seu colega de trabalho e ou dividiu combustível?

Além disso, as condições com o fim de facilitar o transporte individual por meio de automóveis ou veículos movidos à tração humana também devem ser promovidos pelas autoridades urbanas.

A "mobilidade urbana sustentável" são os esforços para realizar todas essas ações minimizando os impactos ambientais, que englobam questões como a poluição visual, sonoro e do ar. 

Este é o grande desafio das megalópoles modernas, que tiveram um crescimento desordenado e não planejado, causando o caos urbano que acompanhamos diariamente em muitas cidades do Brasil.

Somente na última década, a frota de automóveis do país aumentou 120% atingindo a marca de quase 70 milhões de veículos. 






Um cenário ideal, com a integração de transporte coletivo e transporte individual em harmonia com a cidade, sem atrasos e completamente acessível para toda a população é o sonho de muitos dos cidadãos que chegam a passar 3 horas por dia se locomovendo por entre prédios e ruas.

Algumas cidades do mundo, que ainda estão longe deste cenário utópico, já passaram por mudanças radicais e se aproximam de alguns objetivos, que representam uma grande melhora na qualidade de vida de seus moradores, como é o caso de Barcelona, Bogotá, Copenhague, Paris, Boston.


Enquanto isso, a luta pelos direitos e o estudo para a melhoria dos grandes centros urbanos continua. A mudança começa individualmente para então se tornar coletiva, e há muitas maneiras de exercer o poder da voz, sendo a principal delas o voto.

Tais metamorfoses, que se dão de médio a longo prazo, podem um dia trazer de volta para as pessoas as ruas que hoje são dominadas pelo motores.


Mobilidade sustentável

Muitas pessoas têm dificuldade de entender bem esse conceito, mas o programa Our Cities Ourselves do ITDP (Institute for Transportation and Development Policy) está dando uma mãozinha para a população tentar compreender melhor o tema. 

O diretor-executivo do instituto, Walter Hook, em parceria com o urbanista dinamarquês Jan Gehl, criou um livreto com os dez princípios básicos para transformar qualquer cidade em um modelo de mobilidade sustentável, em uma linguagem bem simples.


Segundo dados do Fórum Internacional do Transporte, a expectativa é de que, em 2030, 60% da população mundial, cerca de 5 bilhões de pessoas, estejam vivendo em áreas urbanas e a maioria delas em países em desenvolvimento como Brasil e África do Sul.



 A publicação, que por enquanto está disponível somente em inglês, faz parte do projeto Our Cities Ourselves que tem o objetivo de estimular o debate de políticas públicas que minimizem os efeitos do crescimento populacional. 



”As cidades do século XXI devem ser cidades agradáveis, seguras, sustentáveis e saudáveis. Todas essas qualidades podem ser alcançadas se abraçarmos esses dez princípios, que significam colocar as pessoas em primeiro lugar”, acredita Gehl.

Os dez princípios básicos para uma mobilidade sustentável de sucesso





Confira os dez princípios para a melhor mobilidade urbana listados pelos autores:

  1. Andar a pé: Todos somos pedestres, por isso é essencial ter um ambiente de trânsito a pé de qualidade;
  2. Transportes não poluentes: Criar um ambiente seguro e confortável para bicicletas e outros veículos não-motorizados circularem;
  3. Mobilidade coletiva: Oferecer transporte coletivo de qualidade e de preço acessível a todos;
  4. Restrição ao acesso de veículos: Em lugares de grande trânsito de pedestres e muitas construções, o acesso de veículos e coletivos deve ser reduzido;
  5. Serviços de entrega sustentável: As entregas de mercadorias devem ser realizadas da maneira mais limpa e segura possível;
  6. Integração: É importante colocar as pessoas, as atividades e os espaços da cidade em integração;
  7. Preencher espaços: Construir opções de serviços em terrenos inutilizados para atrair pessoas e facilitar a vida da comunidade que vive em cada bairro, visando o menor deslocamento;
  8. Preservação: Preservar e fortalecer a cultura, a natureza, a história e a população local;
  9. Conexão de bairros: Tornar vias e calçadas mais agradáveis, rápidas e interessantes entre os quarteirões, possibilitando o trânsito a pé ou em bicicletas;
  10. Pensando no futuro: Deve-se investir em projetos a longo prazo. Cidades sustentáveis são pontes para as próximas gerações, já que são maleáveis e construídas a partir de materiais duráveis de alta qualidade.









Com o crescimento populacional cada vez mais evidente, especialmente em países menos desenvolvidos, o mundo contemporâneo enfrenta uma série de desafios que pedem solução urgente. E um dos mais importantes é a questão da mobilidade nas cidades.



Segundo dados levantados pela ONU em 2014, 87,5% dos brasileiros vivem em cidades, e com a urbanização se tornando imperativa, é estimado que, em 2050, 91% da população brasileira viva em cidades.



Dentre as principais consequências dessa crescente urbanização, muitas vezes realizada sem nenhum planejamento, estão a diminuição da qualidade de vida nas cidades, marcadas por enormes congestionamentos, poluição e contaminação do ar, solo e rios, acidentes, locais abandonados e violência urbana.



Neste contexto, a mobilidade sustentável surge como uma alternativa para a redução de todos estes problemas, e como forma de elevar a qualidade de vida e bem-estar dos habitantes de cidades.



O conceito de mobilidade sustentável

Dito de maneira simplificada, a mobilidade sustentável é responsável por planejar de forma integrada a interdependência entre ambiente, saúde, direito à cidade, geração de emprego e renda, cidadania, moradia e outras iniciativas em políticas públicas, fontes de energia e, principalmente, integração entre todos os meios de transportes, em especial os públicos.



Dessa maneira, a mobilidade sustentável é um conceito que pode ser caracterizado ao mesmo tempo como uma política urbana, econômica e socioambiental, pois suas ações têm alcance suficiente para impactar todas essas áreas.

Este tipo de conceito é chamado de sustentável, pois, ao contrário de antigas soluções para resolver os problemas mencionados, como o aumento e criação de novas vias para a circulação de automóveis e caminhões, investe nas diferentes modalidades e integração de meios de transporte público e na criação de infraestrutura para meios de locomoção alternativos e acessíveis, como ciclovias, calçadas de qualidade, transporte verde, escadas automatizadas, dentre outras.


Dificuldades de implementação

Por mais benefício que a mobilidade sustentável possa parecer (e realmente é, conforme visto acima), há uma série de empecilhos para sua implementação na grande maioria das cidades brasileiras. 

Veja alguns deles:

Barreiras financeiras: falta de recursos públicos, financeiros e físicos disponíveis para a realização de obras de infraestrutura, compra de novos meios de transporte e insumos e a dificuldade de acessar e utilizar fundos públicos com estas finalidades;

Empecilhos institucionais: este tipo de impedimento advém do fato de os poderes legais estarem fracionados em diversas organizações ou instituições, levando a dificuldades de execução;

Empecilhos legais: quando há conflitos ou falta de poder legal para realizar a implementação de determinado projeto;

Barreiras tecnológicas: ocorrem quando há problemas durante a implementação de determinado projeto devido a questões técnicas ou falta de tecnologia confiável;
Barreiras culturais: existe quando grupos de cidadãos se opõem a determinada política pública, como instalação de estação de metrô no bairro, necessidade de criação de terminais para transporte público, mudança do local de pontos de ônibus, dentre outros;

Impedimentos de ordem política: tipo mais comum de barreira, ocorre quando há lobby devido a interesses particulares de determinados grupos, como do setor automobilístico.

Por fim, mesmo diante de todas essas adversidades, os cidadãos estão se dando conta cada vez mais da importância de ter qualidade de vida e do direito de pertencimento à cidade e todos os seus espaços.


De acordo com as dimensões do desenvolvimento sustentável, pode-se considerar que a mobilidade dentro da visão da sustentabilidade pode ser alcançada sob dois enfoques : um relacionado com a adequação da oferta de transporte ao contexto socio-econômico e outro relacionado com a qualidade ambiental.

No primeiro se enquadram medidas que associam o transporte ao desenvolvimento urbano e a equidade social em relação aos deslocamentos e no segundo se enquadram a tecnologia e o modo de transporte a ser utilizado. 

Embora vaga, a palavra “sustentabilidade” tem sempre a pretensão de considerar simultaneamente os impactos das atividades humanas numa perspectiva ambiental, de coesão social e de desenvolvimento econômico, tanto para atual como para as gerações futuras.

A European Enviromental Agency- EEA (1995), observa, dentro do aspecto ecológico da sustentabilidade, que as necessidades dos habitantes das cidades devem ser providas sem impor demandas insustentáveis a nível local, tanto quanto ao sistema ecológico global. Isto porque a área total necessária para sustentar uma moderna cidade é muito maior que a cidade em si, logo, o impacto causado pelo funcionamento da mesma vai além dos seus limites.

Esta mesma agência considera cinco princípios urbanos de sustentabilidade: 

1. Capacidade Ambiental – as cidades devem ser projetadas e gerenciadas dentro dos limites impostos pelo seu ambiente natural.

2. Reversibilidade – as intervenções planejadas no ambiente urbano devem ser reversíveis tanto quanto possível de forma a não por em risco a capacidade da cidade de se adaptar a novas demandas por mudanças nas atividades econômicas e da população sem prejudicar a capacidade ambiental

3. Resistência (ou Resiliencia) – uma cidade resistente é capaz de se recuperar de pressões externas.

4. Eficiência – obter o máximo de benefício econômico por cada unidade de recurso utilizado (eficiência ambiental) e o maior benefício humano em cada atividade econômica (eficiência social)

5. Igualdade – igualar o acesso às atividades e serviços para todos os habitantes, isto é importante para modificar o insustentável modelo de vida devido a desigualdade social.

 A partir dos princípios acima citados, esta mesma agência definiu metas para tornar uma cidade sustentável :
- minimizar o consumo de espaço e recursos naturais;
- racionalizar e gerenciar eficientemente os fluxos urbanos;
- proteger a saúde da população urbana;
- assegurar igualdade de acesso a recursos e serviços;
- manter a diversidade social e cultural.

A preocupação com o desenvolvimento sustentável tem incentivado o estudo e a implantação, em diferentes setores, de medidas e procedimentos que contribuam para a sustentabilidade em áreas urbana.

Em relação aos transportes esta questão pode ser vista através de uma busca pela mobilidade urbana sustentável. Esta busca deve ter como base o conceito de desenvolvimento sustentável em que se procura de uma forma geral, definir estratégias dentro de uma visão conjunta das questões: sociais, econômicas e ambientais.

Além disso, deve-se ter em mente o princípio mais comumente conhecido do desenvolvimento sustentável definido como “ uma forma de desenvolvimento que vai de encontro às necessidades da geração atual sem comprometer a possibilidade (ou capacidade) das gerações futuras em satisfazer as suas necessidades (PLUME,2003).  








Então, como forma de alcançar a mobilidade sustentável no contexto ambiental deve-se considerar estratégias que incluam: 

  • Investimento em transporte público utilizando energia limpa; 
  • Politicas de restrição de uso do transporte individual em áreas já poluidas; 
  • Aumento da qualidade do transporte público; 
  • Implantação de sistemas de controle de tráfego e de velocidade; 
  • Adequação de veículos de carga , vias e pontos de parada ; 
  • Conforto urbano: calçadas adequadas, ciclovias , segurança em travessias e arborização de vias.



Também, dentro da visão da sustentabilidade, Haughton e Hunter (1994) propõem três princípios básicos : 

⇒ igualdade inter-geração: considerando a capacidade de futuras gerações em satisfazer suas necessidades 

⇒ justiça social: tendo em vista que a pobreza causa degradação 

⇒ responsabilidade além fronteira: os custos ambientais das áreas urbanas não devem simplesmente serem transferidos.





Em relação à qualidade do ar, a redução do problema vem inicialmente através de uma redução do uso do transporte privado por meio das ações apresentadas no item anterior, e principalmente, em relação àquelas que incentivam o não transporte, ou seja, facilidades para pedestres e ciclistas. 



No aspecto específico da tecnologia existe a preocupação quanto ao tipo de combustível a ser utilizado no transporte público, em que pese a redução no consumo de combustíveis fósseis que provocam a emissão de dióxido de carbono (CO2). 



Desta forma, busca-se o uso de energias mais limpa como o gás e hidrogênio e a própria energia elétrica visando à melhoria da qualidade do ar. É importante observar que a produção destas energias alternativas deve estar de acordo com o desenvolvimento sustentado, ou seja, dentro de um limite dos recursos dispensados e sua cadeia de produção





Um bom programa de políticas de atuação urbana (PROPOLIS, 2004) visando a mobilidade sustentável consiste na coordenação de ações conjuntas para produzir efeitos acumulativos de longo prazo atrelados ao balanceamento de metas ambientais, econômicas e sociais da sustentabilidade, incluindo as seguintes ações : 



⇒ Combinar políticas de tarifação de transporte público e uso de automóvel refletindo os custos externos causados e com diferenciação em relação a hora de pico e fora do pico, tanto quanto, em áreas congestionadas e não congestionadas. 



⇒ Direcionar os programas de investimento em transportes para as mudanças que possam ocorrer na demanda devido às políticas de ação anteriormente descritas e especialmente com relação ao aumento da demanda por melhores transportes públicos, ou seja, mais rápidos e com melhores serviços. 



⇒ Desenvolver um plano de uso do solo dando suporte a necessidade por novas moradias próximas as áreas centrais, em cidades satélites ou ao longo de corredores bem servidos de transporte público, além da crescente necessidade e oportunidade de utilizar o transporte público.



Podemos, assim, identificar como estratégias para alcançar a mobilidade sustentável no contexto sócio-econômico, aquelas que visem : 

⇒ o desenvolvimento urbano orientado ao transporte; 
⇒ o incentivo a deslocamentos de curta distância; 
⇒ restrições ao uso do automóvel; ⇒ a oferta adequada de transporte público; 
⇒ uma tarifa adequada a demanda e a oferta do transporte público; 
⇒ a segurança para circulação de pedestres, ciclistas e pessoas de mobilidade reduzida; ⇒ a segurança no transporte público.  
















3 desafios para a mobilidade sustentável nas cidades brasileiras





Acesso à estação do VLT, no Rio de Janeiro (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil)





A Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), a exigência dos planos de mobilidade, investimentos em infraestrutura cicloviária, sem falar nos serviços de nova mobilidade que a cada dia ainda ganham as ruas. Nos últimos anos, o setor passou por avanços incontestáveis, mas ainda são muitos os desafios.

O cotidiano de quem circula pelas ruas de nossas cidades todos dias ainda revela uma série de obstáculos a serem superados. A fim de entender quais desses desafios são considerados mais eminentes, perguntamos aos nossos seguidores no Facebook:

As respostas não vieram das mesmas cidades. Responderam leitores de São Gonçalo, Ribeirão Preto, Itaquaquecetuba, Vitória, Salvador. No entanto, mesmo considerando distintos contextos geográficos, sociais e econômicos, é possível observar que muitos dos desafios são comuns.
Calçadas

A maneira como o ambiente urbano é desenhado influencia a maneira como as pessoas o utilizam. Assim, se uma rua possui calçadas em boas condições e com espaço adequado para a circulação dos pedestres, é natural que as pessoas caminhem mais nesse local. Por outro lado, calçadas precárias, obstruídas ou até inexistem desestimulam ou inviabilizam a caminhada – acabando por incentivar, em consequência, o uso do carro.

Uma dificuldade no que diz respeito à construção e à manutenção das calçadas é que a regra sobre de quem é essa responsabilidade varia de cidade para cidade. Em algumas, é obrigação do proprietário do imóvel adjacente; em outras, do poder público. Ainda, existem os casos em que o dever é dividido entre ambas as partes. No Brasil, a maioria dos municípios se encontra no primeiro modelo. Seja qual for o caminho escolhido, porém, as cidades precisam ter em mente de que as calçadas são fator decisivo para incentivar a mobilidade ativa e para garantir que a prioridade dos pedestres seja exercida também na prática.

Como já escrevemos aqui, a qualidade das calçadas está associada ao conforto percebido durante a caminhada e pode determinar a disposição que as pessoas têm de usar ou não a caminhada como meio de transporte em seus deslocamentos diários. Mais do que isso, é um direito do pedestre, estabelecido no Artigo 68 do Código de Trânsito Brasileiro.

No guia 8 Princípios da Calçada, o WRI Brasil reúne em uma mesma publicação as referências mais relevantes sobre construção de calçadas que atendam às necessidades do planejamento urbano e oferece recomendações para que os projetos de infraestrutura para pedestres sejam mais qualificados. A qualidade das calçadas pode ser potencializada, não apenas para atrair mais pedestres, mas também para tornar-se um espaço agradável, onde as pessoas querem estar e conviver.
Acesso ao transporte coletivo

"A estação de trem fica a apenas 3 km de casa, mas uma parte do caminho é por uma estrada que não possui calçada, o que obriga os pedestres que se aventuram por ali a andar no acostamento dela. Falta uma ciclovia e um bicicletário, então o jeito é pegar um ônibus municipal que ironicamente custa R$4,10 - 10 centavos a mais do que o trem, porém a passagem de trem da direito a usar toda a rede da CPTM e do Metrô." Carlos Eduardo Kacinskas, Itaquaquecetuba.

Do mesmo modo que a qualidade das calçadas pode incentivar ou desincentivar a opção pela caminhada, as condições de acessibilidade no entorno de estações e terminais impactam a experiência do usuário de transporte coletivo, podendo estimular ou desencorajar a escolha pelo modo. Muitas vezes, infraestruturas urbanas mal construídas ou mal posicionadas nessas áreas tornam-se obstáculos, isolando os sistemas de quem precisa deles. A falta de segurança no acesso às estações também é um determinante: se caminhar até a estação não for seguro, quem tiver condições pode facilmente dar preferência ao transporte individual motorizado.

Os trajetos a pé percorridos pelas pessoas antes e depois de utilizar o ônibus ou o metrô podem mudar a decisão das pessoas por utilizar esses modos de transporte. Assim, investir na qualidade e na segurança dos acessos às estações de transporte coletivo de massa representa pouco no orçamento total de um projeto, mas tem impacto direto na qualidade da operação. Desse entendimento, nasceu o guia Acessos Seguros

A publicação é uma fonte técnica e confiável para administrações municipais e profissionais de planejamento urbano e mostra como o desenho urbano é parte importante da satisfação das pessoas com o transporte coletivo.
Infraestrutura cicloviária


"Vitória é parte ilha e parte continental, mas poucos km de circulação entre bairros e é triste ver que ainda seja tão perigoso andar de bike." Margarita Morales, Vitória.

A falta de infraestrutura adequada para o uso da bicicleta também foi apontada como um dos principais desafios de mobilidade para as cidades brasileiras. Embora o aumento das ciclovias tenha feito crescer também as vendas de modelos de bicicletas urbanas, utilizadas para os deslocamentos nas cidades, sabemos que muito ainda pode melhorar para quem gostaria de optar pela bicicleta como meio de transporte.

Investir em infraestrutura cicloviária gera economia, contribui para a criação de novos empregos e estimula o comércio local. Para isso, as bicicletas precisam ser prioridade de planejamento e ações, como estabelecido pela própria Política Nacional de Mobilidade Urbana. Uma maneira de fazer isso, é promovendo a integração modal. Dos ônibus e metrôs que permitem o transporte de bicicletas a estações integradas, a conexão eficiente dos diferentes modos – em uma rede integrada que permita a mudança de um para outro sem dificuldade – desponta como resposta para os desafios de mobilidade urbana.

Em Fortaleza, o investimento em infraestrutura para as bicicletas tem gerado resultados positivos. Diferentes modelos de programas de compartilhamento e a ampliação da malha cicloviária, entre outras medidas, contribuem para o sucesso da capital cearense, que trabalha cada vez mais para melhorar a segurança viária e a mobilidade.


"Falta de faixas de pedestres em avenidas movimentadas, calçadas ruins (ou até ausência de calçadas), pouca arborização para sombreamento." Rodrigo Antonelli, Ribeirão Preto.





Outro desafio citado pelos leitores foi a necessidade melhorar as condições de acessibilidade e infraestrutura para pedestres em geral – pontos diretamente relacionados aos mencionados acima. Calçadas, infraestrutura cicloviária e acesso seguro e adequado às estações e terminais de transporte coletivo são fatores fundamentais na cadeia da mobilidade sustentável. Para reverter a predominância do transporte individual motorizado nas ruas, as cidades precisam investir nas medidas necessárias que garantem não só a priorização, mas condições seguras e confortáveis para os modos de transporte sustentáveis.





VISITE ESSE PROJETO!
 https://www.fortaleza.ce.gov.br/noticias/fortaleza-sera-a-capital-mundial-da-mobilidade-sustentavel-de-24-a-26-de-junho





Confira quatro exemplos de mobilidade urbana que estão fazendo a diferença no Brasil.


1. Menor consumo de energia no metrô

O metrô de São Paulo tem buscado alternativas sustentáveis para economizar energia; para isso, foram adquiridos novos trens equipados com uma tecnologia mais avançada. Além disso, foi adotado um controle baseado em rádio digital, que permite acelerações e frenagens mais eficientes. As modificações geraram uma economia de cerca de 80% do consumo total de energia.





2. Ampliação do transporte

A rede do metrô de São Paulo também foi ampliada, o que contribui com a sustentabilidade. Devido à expansão, é possível que mais passageiros possam usufruir do meio de transporte coletivo, evitando o uso desnecessário de automóveis. De acordo com o relatório integrado emitido pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, em 2018, um usuário de metrô é responsável por até 10 vezes menos emissão de gases de efeito estufa quando comparado a um usuário de ônibus na cidade.



3. Fontes renováveis
O VLT Carioca é um grande exemplo de mobilidade urbana sustentável. Apostando em energia de fontes renováveis, o projeto já economizou, em seus primeiros 6 meses de existência, mais de 60 toneladas de CO2 que seriam emitidos por outros meios de transporte.

4. Compartilhamento de bicicletas
A iniciativa aconteceu em algumas capitais brasileiras e, aos poucos, tornou-se cada vez mais popular. Apesar de existir uma taxa para se utilizar as bicicletas compartilhadas, o preço ainda é baixo quando comparado a outros tipos de transporte. Por isso, essa opção tem conquistado cada vez mais usuários tanto para locomoção quanto para a prática de atividades físicas. Apesar de ainda serem um grande desafio, as mudanças no transporte brasileiro têm mostrado resultados positivos. Com isso, novas soluções podem ser implantadas, estimulando as boas práticas em comunidade, que são capazes de diminuir a poluição e desafogar o trânsito intenso das capitais.



OS DESAFIOS DA MOBILIDADE DO FUTURO




Grandes centros urbanos (como Amsterdã e Copenhague) estão investindo tanto na micromobilidade (com redes extensas de ciclovias e serviços de compartilhamento de bicicletas e patinetes via aplicativos) quanto na autonomia (nos EUA, um bom exemplo é a May Mobility, que opera pequenas vans elétricas e autônomas).


Os transportes não os únicos que precisam evoluir; as cidades também. A eletrificação da frota (carros, ônibus, patinetes, bicicletas, triciclos), a consolidação do 5G e a autonomia de alguns veículos devem acompanhar o compartilhamento do transporte


Meios de transportes alternativos são apostas para diminuir poluição







A saída pode ser percorrer trajetos curtos com diciclos ou monociclos elétricos.

Com autonomia considerável e baterias elétricas, todos os veículos da marca Ninebot são sustentáveis e garantem um deslocamento rápido e ágil, especialmente, nos grandes centros urbanos. Além disso, os aparelhos são leves e compactados, podendo ser carregados ou colocados dentro de uma mala e/ou mochila para um trajeto mais longo dentro de ônibus, metro e trem.






Fica evidente que em todos os cantos do mundo, o desenvolvimento de políticas de mobilidade urbana e crescimento sustentável passam pela adoção de transportes alternativos e também pela oferta de transporte público de qualidade para a população.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ASCHER, François. Os novos princípios do urbanismo. Livros Horizonte: Lisboa, 2010. LEITE, Carlos.; 



AWAD Juliana C. Marques. Cidades Sustentáveis Cidades Inteligentes: desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2012. 



LYNCH, Kevin. The image of the city. Cambridge: The M.I.T. Press, 1960. 



LUCCHESE, Cecília. O Novo Urbanismo. Disponível em: . Acesso em: 03 out. 2013. 



MACEDO, A. C. A carta do novo urbanismo norteamericano. Integração (São Paulo), v. 48, p. 11-21, 2007. Disponível em: . Acesso em: 03 out. 2013.


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