ARQUITETURA HOSPITALAR SUSTENTÁVEL
A arquitetura Hospitalar hoje deve
ser aberta para a cidade e romper com esta imagem de fortaleza implantada no
coração ou nas franjas de nossas cidades, que durante séculos simbolizou a
exclusão, a doença e a morte”.
OBJETIVOS
Promover as discussões e os esclarecimentos sobre a Arquitetura
Hospitalar.
Após os contatos realizados nas atividades do evento os Arquitetos(as),
Gestores de Instituições Privadas e Públicas, Professores e Estudantes poderão
estreitar as relações de trabalho, desenvolvimento e pesquisa.
Incentivar o aumento de mercado de atuação dos Arquitetos(as) nas áreas
de Hospitais, Clínicas e demais ambientes da área da Saúde.
ARQUITETURA HOSPITALAR
Centro de Convívio e Apoio ao Idoso_ Altar da Pedra
Centro de Convívio e Apoio ao Idoso_ Altar da Pedra |
Centro de Convívio e Apoio ao Idoso_ Altar da Pedra |
Temática: Centro de Convívio e Apoio ao Idoso
Público: terceira e quarta idade;
área total: 1.700 m²
área verde: 1.200 m²
Projeto: Arq. Urb. Laura Lidia Rosa
Local: Itaara- SM
Centro de Convívio e Apoio ao Idoso_ Altar da Pedra |
Descrição Projeto: Espaço de convívio terapêutico e social para multiuso e lazer, com clínica odontológica, área de enfermaria, consultório. Diretrizes de acessibilidade com rampas, barras, elevadores e os cuidados necessários com o idoso, com áreas para prática de natação, fisioterapia, pilates, yoga, salão de eventos, dança, jogos e bingo.
A diretrizes e Técnicas de sustentabilidade foram implantadas em todo Centro de Convívio e Apoio ao Idoso_ Altar da Pedra. Na Edificação estudou-se as áreas de "ventos" e "insolação", para poder implantar na arquitetura o melhor desempenho em "conforto térmico" e "acústico", foi projetado para atender o público da terceira idade; Quanto a escolha de materiais, priorizou-se pedras da região, basalto, cascalho fazendo composição com a natureza; Aproveitamento de água pluvial Sistema predial de água quente em hospitais por aquecimento solar; Sistemas de medições individualizadas de água por setores; Sistema predial de esgoto sanitário / Estação de tratamento de esgoto Aproveitamento / reuso de águas residuais para fins não potáveis; Diretrizes de sustentabilidade para projetos de climatização; Sistemas de ar condicionado automatizados, sistemas de ventilação e exaustão mecânica e sistema de resfriamento adiabático. Diretrizes de sustentabilidade para projetos de instalação elétrica; Energia solar fotovoltaica Iluminação artificial Medições individualizadas por setores; implantação de eco telhados; Esquadrias modernas com vidros inteligentes que controlam a quantidade de luz; Sistema fotovoltaico; Aquecimento solar (piscina e sauna), Projeto interno e externo, áreas verdes com implantação de paisagismo, design biofílico nas paredes internas de toda edificação direcionado a saúde da terceira idade;
1.
ARQUITETURA HOSPITALAR
APOSTA EM PROJETOS SUSTENTÁVEIS .
A) Diretrizes Projetuais:
B) Implantação de energia renováveis;
2.
SOLUÇÕES
INOVADORAS DE LOGÍSTICA
3.
ABDEH (WWW.ABDEH.ORG.BR)
_ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O DESENVOLVIMENTO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR
4.
SUSTENTABILIDADE
HOSPITALAR: CONCEITOS GERAIS
5.
CONFORTO
TÉRMICO- ARQUITETURA HOSPITALAR HUMANIZADA
6.
CONFORTO
HIGROTÉRMICO_ O PAPEL DA ARQUITETURA HOSPITALAR;
A)
DICAS DE
PROCEDIMENTOS OU PRODUTOS QUE EXERCEM INFLUÊNCIA SOBRE A SENSAÇÃO TÉRMICA.
7.
METRÓPOLES
PODEM SER BOLSÕES DE CALOR;
8.
DICAS DE
PROCEDIMENTOS OU PRODUTOS QUE EXERCEM INFLUÊNCIA SOBRE A SENSAÇÃO TÉRMICA:
9.
PAISAGISMO HOSPITALAR EM HOSPITAIS
SUSTENTÁVEIS;
10.
EMPRESA DE
IMPLANTAÇÃO DE DESIGN BIOFÍLICO EM HOSPITAIS
11.
VANTAGENS AO
APLICAR UM JARDIM VERTICAL NO HOSPITAL
12.
OS BENEFÍCIOS
DO DESIGN SUSTENTÁVEL EM HOSPITAIS
13.
TELHADOS
VERDES E PAREDES VERDES SÃO OPÇÕES PARA A CRIAÇÃO DE UM DESIGN SUSTENTÁVEL EM
HOSPITAIS
14.
PAISAGISMO
PARA HOSPITAIS
15.
ARQUITETURA
HOSPITALAR – NOVIDADES
16.
HOSPITAIS
SUSTENTÁVEIS- PELA SAÚDE DO PLANETA,
17.
USUÁRIO TEM
PAPEL ATIVO
18.
ENTRE A
ANALOGIA E O CONCEITO: ENSAIOS DE DEFINIÇÃO DA NOÇÃO DE HUMANIZAÇÃO NO ESPAÇO
HOSPITALAR
19.
TERAPIA PELA
ARTE
20.
A HUMANIZAÇÃO
DA ARQUITETURA HOSPITALAR: ENTRE ENSAIOS DE DEFINIÇÕES E MATERIALIZAÇÕES
HÍBRIDAS
21. MATERIALIZAÇÕES
HÍBRIDAS: A APLICAÇÃO DE DIFERENTES CONCEITOS DE HUMANIZAÇÃO EM TRÊS HOSPITAIS
PEDIÁTRICOS
a.
ARQUITETURA
HOSPITALAR – ÁREA DE ATUAÇÃO
b.
ARQUITETURA
HOSPITALAR – ESTUDOS DE CASO
22.
ESTUDOS DE
CASOS NACIONAIS:
- Centro Infantil Boldrini;
- Centro de Reabilitação Infantil Sarah Kubitschek;
- HOSPITAL Pediátrico Robert-Debré;
23.
ESTUDOS DE
CASOS INTERNACIONAIS:
1. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO KØGE / RÅDGIVERGRUPPEN USK_ PROPOSTA VENCEDORA
2. HOSPITAL INFANTIL MARINA OTTE DE SUZHOU_ | ARQUITETURA FASHION
4. AALBORG UNIVERSITY HOSPITAL – DINAMARCA
Os hospitais devem possuir recursos físicos que melhorem a qualidade de
vida dos pacientes internados. As diversas noções e
experimentações projetuais sobrepõem-se e somente o tempo poderá permitir que
entre essas camadas alguns elementos solidifiquem-se, que venham permitir a
compreensão do conjunto e contribuir, portanto, para a construção de uma definição única de
humanização.
Segundo Laura, “A meta é multiplicar exemplos de excelência para que
possamos, daqui a pouco, entrar em um hotel bem planejado e ouvir alguém dizer
que parece um hospital”.
O conceito de humanização do
espaço hospitalar ainda está para ser definido, o
que se percebe é que – na ausência de um consenso sobre esta noção – buscam-se
permanentemente analogias na esfera do discurso que permitam torná-la mais
concreta e acessível na prática. Para a arquiteta, o acolhimento em um
hospital é, muitas vezes, traumatizante pelo fato de se tratar de um rito de
passagem, em que o indivíduo sai do domínio privado (ambiente familiar) e entra
no domínio público (hospital).
Nesse sentido, a analogia acaba sendo
feita com um hotel, pois todos projetos elaborados deveriam levar uma
maior atenção e cuidado com as alas de internação; Observando grandes
prioridades que antes estão adormecidas, como a presença do verde, o
acolhimento da natureza com emprego de design biofílico e da arte que agora
conduzirão à articulação do projeto a jardins e à integração deste com obras de
arte;
Dentro desta mesma linha de pesquisa
de desenvolvimento sustentável, Laura Lidia Rosa, também busca a analogia com o
hotel como possibilidade para humanização do hospital, um local passageiro, mas
acolhedor e marcante, com sinônimo de leveza, tranquilidade, principalmente que
transmitam cura e tragam sensações cognitivas aos que circularem por esses
corredores, provocando a sensação e a ideia de retornar.
Um bom caminho é sempre centrar as ações nas
necessidades e no bem-estar dos pacientes, acompanhantes e
colaboradores. E o melhor atalho para este caminho é contratar um
escritório de arquitetura especializado.
No ambiente familiar, o ser humano está sujeito a um espaço com
dimensões reduzidas que transmitem sensações de bem-estar e acolhimento ,
enquanto que o hospital é um ambiente com grandes dimensões, corredores
extensos que transformam o espaço em um local distante, estranho e impessoal,
impedindo sua apropriação.
Além disso, o problema do paciente é socializado, ou seja, o seu corpo é
invadido por ações e pensamentos dos profissionais da saúde deixando o
indivíduo submetido às forças e normas desse espaço.
Para a arquiteta, "alcançar esse objetivo passa pela necessidade
de desenvolvimento sustentável, gestão de projetos arquitetônicos que possam
definir padrões de excelência, correlacionados as emoções e trazendo as curas
da natureza, presença das plantas com Design Biofílico ou implantação
de projetos Urban Jungle".
1) ARQUITETURA HOSPITALAR APOSTA EM PROJETOS SUSTENTÁVEIS .
Diretrizes projetuais:
- Humanização;
- Automação;
- Acessibilidade;
- Terapia do verde;
- Psicologia do verde;
- Design biofílico;
- Conforto térmico;
- Conforto acústico;
- Horta vertical;
- Paisagismo vertical;
- Terapia ocupacional;
Implantação de energia renováveis;
- Edifícios inteligentes;
- Aquecimento solar;
- Placas fotovoltaicas;
- Umidificadores de ar;
- Irrigação por automação;
Um dos assuntos mais discutidos no
momento é a sustentabilidade. Para se ter uma ideia, no País há
mais de 500 empreendimentos com certificado de construções verdes, conforme
dados Green Building Council Brasil. Essa tendência está ganhando também
adesão nos projetos das edificações hospitalares. Segundo Laura Lidia Rosa a
“Arquitetura hospitalar: existe um mergulho estratégico em melhorar os projetos
ambientalmente sustentáveis, aplicando conforto e qualidade de vida para os
profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, assistentes, técnicos,
funcionários e por fim os pacientes e seus familiares".
“Também pode
minimizar o desconforto de ambientes hospitalares geralmente frios, impessoais,
com odores e ruídos peculiares, com pessoas sofrendo e profissionais
apressados, tornando-os mais humanos”, completa.
A Proposta de um instrumento de avaliação, para projetar um edifício
hospitalar verde deve-se levar em consideração os seguintes aspectos:
AMBIENTAIS - preocupação em adequar o projeto ao meio ambiente aproveitando os
recursos naturais locais;
ECONÔMICO - utilização de sistema construtivo racional, padronização,
flexibilidade, modulação, reutilização de materiais evitando desperdícios e
produção de resíduos, mão de obra qualificada e tecnologia que permita redução
no consumo de energia e de água; sociais - preocupar com
a satisfação dos usuários envolvidos em todas as etapas da construção e o que é
fundamental, sem se esquecer das questões estéticas.
“Projetar um edifício hospitalar sustentável é projetar uma estratégia
levando em consideração os princípios básicos da Arquitetura e Urbanismo, é
questionar o desenvolvimento sustentável nesse setor”, assegura Laura Lidia
Rosa.
De acordo com a arquiteta Laura Lidia Rosa, um projeto que procura
utilizar implantar o desenvolvimento sustentável, respeitando os recursos naturais resultará em um
ambiente saudável, de qualidade e possibilitará aos seus usuários maior
satisfação e bem-estar nas atividades que ali serão desenvolvidas. “Arquitetura sustentável é aquela
compromissada com o conforto ambiental, adequada ao clima local, integrada ao
entorno, preocupada com a qualidade do ambiente e com a satisfação do seu
usuário”, explica Laura.
2) SOLUÇÕES INOVADORAS DE LOGÍSTICA
Instalações técnicas como:
- ·
Acessibilidade;
- ·
Sinalização;
- ·
Eletricidade,
- ·
Hidráulicas,
- ·
Ventilação,
- ·
Medidas de prevenção de incêndio,
- ·
Logística reversa
A inovação se encontra no emprego de “Desenvolvimento Sustentável” com o acompanhamento e direcionamento de
materiais de descarte, separando por seu caráter e discriminação, com a
responsabilidade da NR 25 Resíduos Industriais, separando resíduos sólidos,
químicos, etc...
Essas estratégias são tradicionalmente centralizadas quando focadas num
hospital. Mas neste projeto estarão descentralizadas, e localizadas adjacentes
à cada ambiente. Isso fará com que haja uma optimização do uso do espaço
disponível, mantendo os pavimentos livres para as funções clínicas
primárias.
Esse tipo de estratégia também vai ajudar a garantir a segurança futura
do edifício, com implantação das NR9, NR12, NR10.
Descrição:
- ·
NR 9 ( Programa de prevenção de Riscos);
- ·
NR 12 (Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos) ;
- ·
NR 10 ( Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade) uma vez que
será mais fácil para ajustar as funções e suprimentos técnicos de cada quarto.
Robôs móveis, ou AGVs (veículos guiados automaticamente), para o
transporte de refeições, roupa, medicamentos, louça usada, etc..., e um sistema
de tubos pneumáticos, irá automatizar os sistemas de logística interna e
recursos humanos de lançamento para o atendimento e tratamento dos
pacientes.
O hospital é, portanto, concebido para ser uma resposta flexível às
necessidades futuras em termos de tecnologia, tipos de tratamento e métodos de
trabalho, e vai melhorar significativamente a qualidade de experiência de saúde
dos pacientes e as condições de trabalho dos funcionários.
“A forma dos espaços internos sugere a dimensão do
infinito, as circulações são extremamente extensas [...].
Parece que as referências físicas e de cura estão
demasiadamente distantes do sujeito, visto que em um estado de enfermidade o indivíduo
se torna fragilizado.
A questão da proximidade nesse espaço é fundamental
para pensarmos em um ambiente que se proponha a harmonizar e curar o indivíduo.
A escala dos objetos e espaços internos parece que
se amplia, em vez de reduzir-se e atingir um estado de bem-estar humano.
O sentido de proximidade entre os objetos, sujeitos
e espaços é necessário para a amenização do vazio do homem em crise.
Urge a necessidade de uma aproximação física, de um preenchimento pelo
afeto, com a respectiva atenuação da dor e a conquista da aceitação individual
e social” .
3) ABDEH (WWW.ABDEH.ORG.BR)ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O DESENVOLVIMENTO
DO EDIFÍCIO HOSPITALAR:
A ABDEH foi criada, em maio de 1994, com o objetivo de promover,
desenvolver, difundir sobre estudos da edificação hospitalar, que vão desde seu
planejamento até a operacionalização. Além disso, a Associação conta com a
união de profissionais das áreas de arquitetura, engenharia, administração
hospitalar e medicina, com o intuito de contribuir para a melhora dos serviços
de saúde e também ter representatividade junto aos órgãos governamentais e não
governamentais, entidades públicas e privadas, no Brasil ou no exterior.
Para o presidente da ABDEH Fabio Bitencourt a construção de hospitais
sustentáveis é um conceito que veio para ficar. “O hospital sustentável é um
conceito que veio para ficar e cada vez mais estará contido em leis, normas,
regulamentos e nos princípios da formação dos arquitetos. Além disso, os
materiais de construção, os equipamentos prediais e os métodos de trabalho
deverão instruir-se nas bases do desenvolvimento sustentável”, afirma. “Este
não é um assunto esgotável, muito pelo contrário, ele é dinâmico e complexo,
assim como os componentes da assistência à saúde e dos edifícios concebidos
para tal”, declara.
A tendência de projetos sustentáveis também está crescendo nos edifícios
hospitalares. No País, estabelecimentos de saúde como Delboni Auriemo, Fleury
Medicina e Saúde e o Hospital Israelita Albert Einstein já adotaram elementos
verdes nas suas construções.
4) SUSTENTABILIDADE HOSPITALAR:
CONCEITOS GERAIS: Na essência, um hospital é considerado verde quando leva em conta
estruturas e atitudes que visam preservar o meio ambiente. A sustentabilidade
hospitalar promovida por instituições como a Helth Hospitals, tem suas pautas
focadas nas seguintes áreas:
1 – Liderança Corporativa
Manifestar apoio da liderança aos hospitais verdes e saudáveis a fim de:
criar uma mudança de cultura organizacional em longo prazo; alcançar uma ampla
participação dos trabalhadores do setor saúde e da comunidade; e fomentar
políticas públicas que promovam a saúde ambiental
2 - Substâncias Químicas
A substituição de substancias químicas perigosas por alternativas mais
seguras
3 – Gestão de Resíduos
Reduzir, tratar e dispor de forma segura os resíduos de serviços de
saúde
4 – Energia
Implementação de normas para eficiência energética e geração de energia
renováveis
5 – Água
Reduzir o consumo de água
6 – Transporte
Desenvolver estratégias de transporte e de assistência à saúde que
reduzam a pegada de carbono dos hospitais e sua parcela de contribuição para a
poluição local.
7 – Alimentos
Reduzir a pegada ambiental dos hospitais estimulando ao mesmo tempo
hábitos alimentares saudáveis entre os pacientes e funcionários. Favorecer o
acesso a alimentos produzidos localmente e de forma sustentável na comunidade.
8 – Produtos Farmacêuticos
Reduzir a poluição por produtos farmacêuticos diminuindo as prescrições
desnecessárias, minimizando a destinação inadequada de resíduos farmacêuticos,
promovendo sua devolução aos fabricantes e pondo fim ao dumping medicamentos na
forma de ajuda à catástrofes.
9 – Edifícios
Reduzir a pegada ambiental do setor saúde e transformar os hospitais em
um local mais saudável para funcionários, pacientes e visitantes mediante a
incorporação de práticas e princípios de edifícios ecológicos no projeto e na
construção de unidades de saúde.
10 – Compras
Comprar materiais produzidos de maneira sustentável através de cadeias
de suprimentos social e ambientalmente responsáveis.
5) CONFORTO TÉRMICO _ARQUITETURA HOSPITALAR
HUMANIZADA –
Novamente em continuidade ao tema da humanização na arquitetura
hospitalar (iniciada com os posts sobre conforto
acústico e conforto
luminotécnico), hoje iremos discorrer sobre a influência do Conforto
Higrotérmico (nome técnico do conforto térmico).
O corpo humano é homeotérmico, ou seja, o seu organismo procura manter
constante a temperatura corporal, que gira em torno de 37ºC. E é capaz de
auto-ajustar sua temperatura dentro de certos limites.
O CONFORTO HIGROTÉRMICO é obtido justamente
com a neutralidade térmica, ou seja, uma temperatura ambiental em que o calor
produzido em excesso por alguma atividade possa ser eliminado e que não ocorra
perda do calor necessário à manutenção do equilíbrio interno (metabolismo basal
– processos automáticos de produção de calor para manutenção de atividades
vitais). Basicamente, não ser incomodado nem pela sensação de frio, nem pela
sensação de calor, o que novamente também apresenta um aspecto de sensibilidade
pessoal (como no Conforto Luminotécnico).
O DESCONFORTO HIGROTÉRMICO causa reações
físicas imediatas facilmente remediáveis. Mas a exposição prolongada pode
provocar fadiga, desatenção, retesamento muscular, tontura, desmaios, que são
incompatíveis com o que se espera de um ambiente de cura. O Conforto
Higrotérmico pode ser obtido com o equilíbrio entre as necessidades do corpo e
a oferta em seu entorno e aí reside a influência da arquitetura.
6) CONFORTO HIGROTÉRMICO_ O PAPEL DA ARQUITETURA HOSPITALAR
Projetar edificações hospitalares considerando o conforto dos usuários
ao mesmo tempo em que se contempla padrões sustentáveis é uma tendência
irrevogável.
O objetivo com o Conforto Higrotérmico é projetar ambientes que
potencializem sistemas passivos de condicionamento, reduzindo o consumo de
energia elétrica e criando espaços menos herméticos, mais arejados e
humanizados.
E esta necessidade em edificações hospitalares assume contornos mais
importantes ainda, uma vez que a qualidade do ar em ambientes hospitalares
climatizados é um fator de risco para incidência de infecção hospitalar. O
sistema de ar condicionado pode ser uma das principais fontes de multiplicação
microbiana, se houver falhas de configuração e manutenção dos equipamentos.
O tratamento de ar condicionado em ambientes hospitalares é regulado
pela Norma NBR 7256 (embora haja uma normatização para quartos: a NBR 6401 e
muitos outros ambientes específicos, além da própria Vigilância
Sanitária). E, vale lembrar e ressaltar que a percepção de humanização é
resultado de um conjunto amplo de parâmetros, medidas, procedimentos e atitudes.
7) METRÓPOLES PODEM SER BOLSÕES DE CALOR
Os grandes centros urbanos com seu adensamento populacional e excesso de
edificações aglomeradas com pouca oferta de áreas verdes influenciou o seu
microclima, criando temperaturas médias mais elevadas, modificação no regime de
chuvas e aumento da nebulosidade devido à poluição. Além disso, a construção de
edificações e muros altos (como medida de segurança) impedem a livre circulação
de ar, que é o grande recurso passivo de resfriamento e umidificação do ar. O
resultado disto é a necessidade cada vez maior de utilização de resfriamento
ativo (sistemas de ar condicionado) que são os maiores vilões de consumo de
energia elétrica.
8) DICAS DE PROCEDIMENTOS OU PRODUTOS QUE EXERCEM
INFLUÊNCIA SOBRE A SENSAÇÃO TÉRMICA:
ESTUDO DE INSOLAÇÃO: Ainda na fase de projeto, consultar o
diagrama solar da região
ESTUDO CLIMÁTICO: e o microclima do projeto e descobrir ou estimar a
direção dos ventos dominantes e sazonais;
INCLINAÇÃO DO TELHADO: Utilizar telhados inclinados ao invés
de lajes planas, que recebem uma carga térmica muito maior;
COBERTURA VERDE: Utilização de cobertura verde (vegetal), que utiliza a radiação
solar para seus próprios processos metabólicos (fotossíntese) e reduz
sensivelmente a parcela da radiação solar incidente sobre a edificação. Sobre o
tema, leia também o nosso conteúdo a respeito de Telhados Verdes;
ADOÇÃO DE BRISES: Utilizar técnicas de sombreamento com o uso de brises e venezianas
que permitem o acesso do sol matinal mas viabilizam o sombreamento a partir de
um determinado horário sem prejuízo do acesso à ventilação natural;
ESCOLHA DE REVESTIMENTOS: Optar por revestimentos claros. Uma
superfície pintada de preto fosco tem uma capacidade de retenção da radiação
solar 75% maior do que uma branca, por exemplo. Uma laje com impermeabilização
escura, portanto é um elemento que pode ser utilizado para aquecer ambientes
(se este for o objetivo);
ESCOLHA DE VIDROS: Utilização de vidros que reduzem a radiação que passa através de
janelas, do tipo absorventes (ou atérmicos), reflexivos ou duplos (com camada
de ar). Estes vidros diminuem a luminância que precisa ser compensada
artificialmente, mas o consumo de energia elétrica com iluminação artificial é
muito menor do que a empregada para refrigeração artificial.
9) PAISAGISMO HOSPITALAR EM HOSPITAIS SUSTENTÁVEIS
A ideia de hospital verde está cada vez mais difundida e seu conceito
inovador tem chamado a atenção de especialistas pelo mundo. Até porque
recuperação da saúde, bem-estar e qualidade de vida passa necessariamente pela
natureza. É da essência humana desejar o contato com o verde.
Estudos científicos mostram essa realidade, na implantação do Design Biofílico ( Decoração com vegetação, através da Bio+filia= amor a natureza) ou
aplicando decoração Urban Jungle (Floresta Urbana) ao revelar que o
contato com plantas, flores e outras hortaliças ajudam na saúde física e
emocional das pessoas, reduzindo os níveis de estresse e ansiedade.
Considerando o ambiente hospitalar, bastante agitado e que exige atenção
plena das pessoas, uma vegetação adequada pode fazer a diferença. Temos um time
dedicado e especializado na implantação do verde em clínicas e edifícios
hospitalares.
10) EMPRESA DE IMPLANTAÇÃO DE DESIGN BIOFÍLICO EM
HOSPITAIS:
Equipe multidisciplinar de especialistas;
- Monitoramento
contínuo da equipe de serviço
- Engajamento
com requisitos de Compliance plan (Plano de conformidade)
- Implantação
e manutenção 24h (diurno e noturno)
- Controle
completo de prazo, custo e qualidade – cuidados de todo o processo
- Especialistas
em 4 tipos de vegetação: Natural, Preservado, Musgos e Artificial
(Permanente).
- Atendimento
em todo território nacional
- Empresa
Associada a ABDEH e GBC
- Homologado
nos principais grupos hospitalares do Brasil
- Tecnologia
e Patentes próprias para o setor
- Jardins
Verticais em Hospitais
Nesse cenário, destaca-se o jardim vertical, um elemento que pode
contribuir muito para a ideia de hospital verde. Os jardins verticais deixaram
de ser uma tendência para se tornar uma necessidade, inclusive no Brasil.
O Design Biofílico está presente em conceituados projetos de arquitetura
hospitalar da Europa e dos Estados Unidos, nos últimos anos o mercado
brasileiros têm recorrido a esse recurso por seus inúmeros benefícios, além da
beleza inquestionável.
11) VANTAGENS AO APLICAR UM JARDIM VERTICAL NO HOSPITAL:
- Melhora
da eficiência energética
- Ar
mais puro
- Diminuição
de ruídos
- Retenção
de impurezas e poluentes
- Equilíbrio
da temperatura
- Geração
de bem-estar por parte dos ocupantes da edificação
- Hortas
Urbanas em Hospitais
As Hortas Urbanas em hospitais também podem fazer parte da estratégia da
sustentabilidade hospitalar, pois incorporam a restauração ecológica e a
agricultura urbana, tornando a área produtiva e geradora de serviços
ambientais. O Objetivo é gerar alimentos livres de agrotóxicos, estimular o
consumo saudável, além de criar uma área verde propícia ao lazer e convívio. Há
também o cuidado com a manutenção exigido por leis da área da saúde. Deve-se
manter a horta e fazer o processo orgânico de compostagem sem descumprir a
legislação.
Além da geração de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos as hortas
hospitalares podem ser utilizadas com ênfase no tratamento dos pacientes, a
horta ajuda como terapia ocupacional para os usuários do serviço de saúde.
Através do desenvolvimento de atividades como capina, plantio e replantio, o
paciente pode sair da rotina do ambiente hospitalar para vivenciar uma
experiência social e de integração com o meio-ambiente.
12) OS BENEFÍCIOS DO DESIGN SUSTENTÁVEL EM HOSPITAIS
Você conhece alguém que goste de visitar hospitais? É muito provável que
a resposta seja “não”. Além do local provavelmente nos trazer lembranças ruins,
que se relacionam à enfermidades – nossas e também de pessoas que amamos – é
fato que a arquitetura do local não costuma ser agradável.
Paredes brancas, piso gelado e cadeiras desconfortáveis. Uma paleta de
tons gélidos ocupa a maior parte do local. E, assim, as pessoas evitam a todo
custo visitar estes espaços.
No entanto, como sabemos, o hospital é um local para tratamento de
doenças e acidentes. Por isso, é provável que, alguma vez em nossa vida,
teremos de frequentar o espaço para nossa recuperação. Porém, tendo em vista
todos os pontos mencionados em relação a arquitetura de um hospital, será que o
espaço é o melhor local para tratamento de enfermidades?
Pesquisas recentes revelam que hospitais que investem em um design
sustentável proporcionam maiores chances de cura para os seus pacientes. O
termo healing
gardens é utilizado para denominar espaços verdes em hospitais e
outros centros voltados à área da saúde.
De acordo com a Universidade
de Minnesota, um estudo realizado com pacientes cardíacos em Nova Iorque
comprovou que a ansiedade diminuiu naqueles indivíduos que viram cenas de
natureza e escutaram barulhos de água, pássaros e brisa do ar.
Assim, muitos hospitais e centros médicos têm investido em uma arquitetura
mais sustentável, que une os benefícios ao meio ambiente com uma estética
positiva para o local, sem falar, é claro, das vantagens para a saúde dos
pacientes.
O DESIGN SUSTENTÁVEL DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE
AALBORG:
O Hospital Universitário de Aalborg, localizado na Dinamarca, é um
exemplo excelente de arquitetura sustentável em um centro médico.
Os locais de circulação do hospital promovem a integração dos usuários e
os ambientes externos contam com ampla arborização, formando espaços que podem
ser ocupados pelas pessoas.
Enquanto isso, os ambientes internos contam com estratégias que reforçam
a paisagem do lado de fora, proporcionando maior interação com as
características ambientais da região e permitindo a entrada da luz natural aos
espaços.
13) TELHADOS VERDES E PAREDES VERDES SÃO OPÇÕES PARA A CRIAÇÃO DE UM
DESIGN SUSTENTÁVEL EM HOSPITAIS
Para criar espaços mais sustentáveis e ecológicos, gestores têm optado
pela instalação de telhados
verdes, que agem como purificador da poluição urbana e que podem ser
utilizados para tratar os efluentes (esgoto) produzidos na edificação. Além
disso, oferecem vantagens como o isolamento térmico, absorvendo 30% da água da
chuva, reduzindo a chance de enchentes nas cidades.
O emprego de Design Biofílico com as paredes verdes também apresentam
benefícios excelentes aos seus usuários, trazendo ainda mais benefícios
relacionados à estética do local, pois podem ser utilizadas tanto em áreas
externas quanto internas.
Elas retém material particulado, CO2, reduzindo a poluição do ar e
melhorando qualidade e umidade, funcionam como isolamento acústico e térmico,
aumenta a oportunidade de convívio com a natureza, embeleza os centros urbanos
por meio da vegetação ou da arte e contribui muito na pontuação de
certificações como LEED.
14) PAISAGISMO PARA HOSPITAIS:
Além disso, a definição de um hospital verde também está associado ao
paisagismo, mas a mesma proximidade com a natureza que tende a diminuir
impactos negativos de período de internação para pacientes, exige cuidados e
atenção na escolha das plantas que serão utilizadas em edifícios da área de
saúde.
A definição de um associado ao paisagismo vai muito além de vasos
espalhados pelo ambiente. Trata-se de um projeto de harmonização do espaço todo
com o verde da natureza.
Antes de pensar nas cores, objetos e plantas do jardim, é
preciso definir, ainda na fase de projeto, qual a finalidade do espaço que será
montado. Assim, evitam-se erros comuns como colocar vasos que se quebram
facilmente em locais de passagem de macas. Ou manter em áreas fechadas espécies
que precisam de muita iluminação e ventilação, aumentando o risco de surgimento
de fungos e bactérias nocivas aos pacientes.
Também de grande importância é a escolha das espécies (plantas) mais apropriadas, levando em conta fatores como necessidade de poda,
rega, tamanho das raízes e até mesmo volume de pólen (que podem causar
alergia). São muitos os fatores técnicos e psicológicos que envolvem o
paisagismo hospitalar e por isso é vital ter um parceiro como a Vertical
Garden, com uma área experiente e dedicada a atuação neste segmento.
O debate acerca do design sustentável para hospitais se
amplia cada vez mais, afinal, são muitos os benefícios da inserção de natureza
em centros médicos. Atualmente, diferentes pesquisas indicam que pacientes
submetidos a tratamentos em locais que cultivam plantas apresentam melhoras
significativas.
15) ARQUITETURA HOSPITALAR – NOVIDADES
A arquitetura hospitalar vem sendo uma grande razão para o constante
desenvolvimento dos materiais de acabamento de obra, acessórios e equipamentos
utilizados atualmente em projetos e podemos citar algumas razões para tal
contribuição nessa evolução:
- O
ambiente deve ser sempre o mais higiênico e estéril possível, portanto
requer materiais que facilitem a assepsia;
- Os
materiais utilizados além de bela estética devem facilitar a manutenção e
não podem trazer riscos aos pacientes;
- Os
equipamentos utilizados além de bela estética também devem ser de fácil
manuseio e não podem oferecer riscos aos pacientes;
Nesse tema serão abordadas as novidades em materiais, acabamentos e
equipamentos para área de Arquitetura Hospitalar.
16) HOSPITAIS SUSTENTÁVEIS- PELA SAÚDE DO PLANETA,
Proteger a natureza é cuidar da saúde. Como em qualquer atividade
produtiva, clínicas e hospitais causam grande impacto ambiental e sanitário.
Para ter uma ideia, os hospitais brasileiros gastam mais de 10% do total do
consumo energético comercial do país. Nos EUA, o setor de saúde é o principal
usuário de substâncias químicas. Na China, a despesa do setor de saúde em
construções supera US$ 10 bilhões ao ano. Para atenuar esses impactos, foi
criada uma agenda global que visa incentivar hospitais a se tornarem
instituições verdes e sustentáveis.
No Brasil, o Projeto Hospitais Saudáveis (www.hospitaissaudaveis.org)
trabalha nesse sentido. Vital Ribeiro, presidente do conselho da entidade, diz
que para integrar o grupo a instituição ou setor de saúde deve cumprir pelo
menos dois dos dez objetivos da Agenda Global dos Hospitais Verdes e Saudáveis
(www.hospitaisverdes.net). As medidas envolvem ações como uso de água, energia,
transporte, alimentos, descarte de resíduos etc. “É uma forma de humanizar o
atendimento e preservar o meio ambiente”, afirma Vital.
No Rio alguns hospitais já estão nesse caminho, como Instituto Nacional
de Traumatologia e Ortopedia (Into), Unimed-Rio e Hospital São Vicente de
Paulo. O Into reduziu o gasto de energia e água; na estação de esgoto a água é
tratada e reutilizada no sistema de resfriamento e de irrigação dos jardins. E
a unidade usa energia solar para o aquecer chuveiros.
Outra medida no Into foi a troca dos termômetros e aparelhos de pressão
com mercúrio por digitais, diz Robson Monteiro, gerente de Resíduos do
Hospital.
Já o Unimed-Rio ergueu seu hospital com materiais e equipamentos de alta
eficiência energética e baixo consumo, e reaproveita água da chuva. E o
Hospital São Vicente de Paulo construiu “telhados verdes” que proporcionam o
resfriamento do ambiente abaixo, o que ajuda a economizar energia.
17) USUÁRIO TEM PAPEL ATIVO
Os dez objetivos da Agenda Global para Hospitais Verdes e Saudáveis
mudam a maneira como vemos e usamos os 7 mil hospitais do país, diz Vital
Ribeiro. “A participação de todos é essencial para a melhorar a saúde
ambiental, que tem relação direta com a saúde humana”.
Como exemplo, ele lembra o uso de produtos químicos nos hospitais,
incluindo artigos de limpeza. Alguns deles causam reações alérgicas. Outra
medida importante é buscar substitutos mais seguros que plásticos em PVC,
usados em material hospitalar, como frasco de soro. “Eles liberam o que
chamamos de disruptores endócrinos, compostos que atacam o sistema hormonal de
humanos e animais”, alerta Ribeiro.
Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o
site: http://odia.ig.com.br
18) ENTRE A ANALOGIA E O CONCEITO: ENSAIOS DE
DEFINIÇÃO DA NOÇÃO DE HUMANIZAÇÃO NO ESPAÇO HOSPITALAR
Ao final do século 20, exige-se que a “máquina de curar”, nascida no
final do século 18, torne-se humana.
Qual o significado e as consequências dessa ação? Como procedê-lo? Como
veremos na sequência, os arquitetos fazem apelo a diferentes analogias em seus
discursos a fim de visualizar o que seria a humanização.
As mais recorrentes poderiam ser agrupadas nas seguintes figuras
metafóricas:
- (a)
o hotel – analogia muito frequente na arquitetura hospitalar americana
contemporânea –;
- (b)
a relação com a natureza e a integração com obras de artes;
- (c)
o lar e possibilidade da intimidade e, por último,
- (d)
a figura do espaço urbano e do convívio social – geralmente associada às
experimentações da arquitetura hospitalar francesa contemporânea.
Dentro da linha que busca na analogia com o hotel a chave para a solução
da humanização do espaço hospitalar, encontramos os arquitetos Jarbas Karmam e
Lauro Miquelin. Karmam acredita que, assim como os hospitais americanos, o
paciente deve ser considerado como um cliente e a internação deve aproximar-se,
cada vez mais, a um hotel. A atenção dirigida em especial à internação é
justificada pelo fato de esta ser o local de maior permanência dos pacientes no
hospital. Neste sentido, a humanização deste espaço proporcionaria maior
bem-estar aos seus usuários, aliviaria suas angústias e reduziria, desta forma,
o tempo de internação.
Karmam destaca que “Projetos de hotéis onde o hóspede às vezes fica
apenas um dia exigem tratamento especial para atrair o público. O mesmo deve
ocorrer com o hospital, onde a permanência é mais prolongada”.
No discurso do arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé, as imagens da
relação com a natureza e da integração entre a arquitetura e obras de artes –
ambas já presentes na arquitetura moderna brasileira – são evocadas como
possibilidade de humanização dos hospitais. Segundo esse arquiteto, apesar de
os edifícios hospitalares serem projetos extremamente rigorosos em relação à
funcionalidade – sendo, portanto, muito importante a atenção a sua distribuição
espacial e a seus fluxos –, a beleza não deve ser excluída. A beleza é vista
por Lelé como a chave para a humanização, visto que, em suas próprias palavras,
ela “alimenta o espírito”. Deve-se, portanto, possibilitar no projeto de
arquitetura hospitalar a junção destes dois fatores: humanização, através da
beleza, e funcionalidade.
“Ninguém se cura somente da dor física, tem de curar a dor espiritual
também. Acho que os centros de saúde que temos feito provam ser possível
existir um hospital mais humano, sem abrir mão da funcionalidade. Passamos a pensar
a funcionalidade como uma palavra mais abrangente: é funcional criar ambientes
em que o paciente esteja à vontade, que possibilitem sua cura psíquica. Porque
a beleza pode não alimentar a barriga, mas alimenta o espírito”.
19) TERAPIA PELA ARTE
“O hospital, enquanto equipamento social especializado, tem em sua
estrutura espacial um sentido de impessoalidade, pois os usuários não podem
marcar e personalizar o espaço que utilizam de forma objetiva. A forma já está
estabelecida, não havendo oportunidade para redimensioná-la”.
As críticas de Foucault aos espaços hospitalares, e a exclusão social
que promovem, influenciaram fortemente arquitetos franceses e italianos.
Segundo Fermand, na França, a fim de responder às questões levantadas por
Foucault, os arquitetos vêm experimentando o conceito de humanização como uma
possibilidade de trazer a sociedade para dentro do hospital ao invés de
excluí-la, buscando a inserção do espaço hospitalar dentro do espaço urbano.
“Durante os últimos vinte anos, os estabelecimentos hospitalares
adquiriram, lentamente, uma nova imagem. Certamente, a evolução das técnicas e
práticas medicais tiveram grande importância nas metamorfoses das 'máquinas de
curar' dos anos sessenta. Entretanto, se os edifícios 'base-torre' antes
edificados nas franjas das cidades – símbolos de ruptura do espaço urbano, como
do tempo da vida cotidiana – dão lugar, progressivamente, a edificações
melhores integradas em seu entorno, é também graças a uma evolução mais
generalizada das mentalidades e às reformas que lhe acompanharam. [...]
Esta busca da analogia com o espaço urbano não é, de fato, muito
corrente nos discursos brasileiros sobre a humanização do espaço hospitalar.
Contudo, essa analogia aparece de forma latente em alguns projetos relevantes
dentro do contexto nacional, como é o caso da ampliação do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Foto:
O projeto de ampliação desenvolvido pelos arquitetos Jarbas Karmam,
Domingos Fiorentini e Jorge Wilheim reconfigurou o acesso e o espaço de recepção
ao público através de uma galeria com grande pé-direito no térreo – localizada
no espaço de transição entre o segundo e o terceiro bloco. A intenção foi
trocar os espaços frios e estressantes presentes nos hospitais tradicionais por
um espaço mais humanizado, representado no caso por uma galeria semipública.
Esse conceito foi experimentado pela primeira vez pelo arquiteto Pierre
Riboulet, no Hospital Pediátrico Robert-Debré, em Paris. O edifício abre-se
para a cidade através de uma galeria pública que cruza o hospital e conecta-se
a uma série de extensos terraços-jardins, buscando a integração dos usuários
com a sociedade. Deste modo, o paciente não é apartado do convívio social
durante a sua estadia e o hospital se torna parte do espaço urbano.
20) A HUMANIZAÇÃO DA ARQUITETURA HOSPITALAR: ENTRE ENSAIOS DE DEFINIÇÕES E MATERIALIZAÇÕES HÍBRIDAS Introdução: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.118/3372
Por muito tempo, e ainda hoje, a sociedade encarou o edifício hospitalar
como sendo um local de doença, morte, angústia, entre outros sentimentos.
Entretanto, segundo De Góes (1) a palavra hospital vem do latim
hospitalis, adjetivo que significa “ser hospitaleiro, acolhedor, que
hospeda” derivado de hospes, que quer dizer hóspede, estrangeiro,
viajante.
Durante a Idade Média, o hospital serviu basicamente para isso: hospedar
doentes, viajantes e pobres.
E a função de curar? Nesse período, essas instituições serviam
basicamente como asilo tendo por objetivo somente o isolamento de pessoas
doentes ou pobres do convívio com o restante da sociedade, evitando, desta
forma, riscos sociais e epidemiológicos. A função da cura e do tratamento não
existia e a “medicina” – entendida em sua concepção atual – não era realizada:
tratava-se apenas do fornecimento de um abrigo e do estabelecimento de uma
rotina.
A concepção do hospital como local de tratamento é relativamente
recente. A partir do século 18, com o Iluminismo e a Revolução Industrial,
constrói-se uma nova visão sobre o homem e a natureza.
A crescente especialização das ciências e a ampliação dos conhecimentos
neste período contribuíram para a busca do melhoramento das condições
sanitárias, tendência que foi intensificada ao longo do século 19.
Logo, é no século 18 – por volta de 1770, quando a doença passa a ser
reconhecida como fato patológico – que o hospital se torna um instrumento de
cura.
“O hospital como instrumento terapêutico é uma invenção relativamente
nova, que data do final do século XVIII. A consciência de que o hospital pode e
deve ser um instrumento destinado a curar aparece claramente em torno de 1780 e
é assinalada por uma nova prática: a visita e a observação sistemática e
comparada dos hospitais”. A percepção deste equipamento como componente
integrante do processo da cura leva a uma progressiva especialização de seus
espaços.
Questões relativas à distribuição espacial de seu programa e de seus
fluxos tornam-se, paulatinamente, as de resolução mais prementes na prática
projetual da arquitetura hospitalar.
Essa preocupação inicia-se no século 18 com o simples combate à
superlotação de leitos – estes não eram individuais–, chegando ao final do
século 19 com a ampliação significativa da área ocupada por essas edificações,
através da difusão do modelo pavilionar – o qual buscava facilitar a circulação
e renovação do ar a fim de adaptar-se às descobertas de Pasteur – e
manifesta-se no século XX na crescente multiplicação e especialização dos
componentes de seu programa e diferenciação de seus fluxos.
Entretanto, a partir de meados do século 20, o crescente interesse da
sociologia e da antropologia pela saúde e pela doença – e as críticas que essas
disciplinas desenvolvem à abordagem estritamente biológica desses conceitos –
permitiram que o foco da discussão sobre os espaços hospitalares fosse
renovado.
Sob sua influência, organizaram-se movimentos que buscaram reformas
sanitárias em diversos países, cujo objetivo era garantir o direito universal à
saúde e o desenvolvimento da medicina preventiva.
As críticas à exclusão social promovida através da medicina hospitalar
não são, no entanto, resolvidas apenas com a ampliação da saúde
preventiva.
Constrói-se um consenso de que é preciso renovar os espaços hospitalares
e, nesse contexto, sua humanização aparece como solução para o impasse.
Entretanto, se a necessidade da promoção da humanização afigura-se, por
um lado, como consensual, por outro lado, a definição do que seria esta ação
parece difícil de discernir.
Quero demonstrar a inexistência de um conceito único de humanização dos
espaços hospitalares.
Postula-se que essa ausência verifica-se tanto na esfera do discurso,
quanto em sua materialização na prática projetual. Para tanto, analisam-se e
contrapõem-se, ao longo deste artigo, diferentes definições e aplicações desta
noção.
A análise das diferentes definições de humanização passa pelo
cotejamento de textos especializados de autoria de arquitetos que abordaram a
questão – Jarbas Karman, Lauro Miquelin, José Ricardo S. L. Costa, João
Filgueiras Lima e Catherine Fermand.
Já para a análise da materialização, optou-se por um corpus somente de
hospitais pediátricos, visto que nestes a busca pela humanização, além de ser
mais corrente, apresenta-se como mais premente: para o público infantil a
estadia no hospital e a diminuição de seu ritmo normal de vida podem causar
estresse emocional e complicar o processo de cura.
21) MATERIALIZAÇÕES HÍBRIDAS: A APLICAÇÃO DE DIFERENTES CONCEITOS DE
HUMANIZAÇÃO EM TRÊS HOSPITAIS PEDIÁTRICOS
A) ARQUITETURA HOSPITALAR – ÁREA DE ATUAÇÃO
Esse tema possibilitará ao participante conhecer sobre esse ramo de
atuação dos Arquitetos(as) : a complexidade, o ambiente, o cliente e as demais
questões da Arquitetura Hospitalar. O tema mostrará como a Arquitetura é
diretamente responsável pela eficiência dos Hospitais e demais ambientes da
área da Saúde.
Ex.: As questões logísticas, as soluções técnicas, o conforto e a
tecnologia dos materiais de acabamento empregados no ambiente, o emprego da
arte e a utilização da cura pela vegetação, design biofílico.
B) ARQUITETURA HOSPITALAR – ESTUDOS DE CASO
Nesse tema Laura apresentará as práticas ou soluções adotadas em seus
projetos arquitetônicos que seguem referências nacionais e internacionais. Será abordada também a questão da percepção, compreensão e
desenvolvimento dos projetos, além de seus aspectos funcionais, técnicos,
estéticos e ambientais.
22) ESTUDOS DE CASOS NACIONAIS:
A arquiteta Laura aborda uma pesquisa de três hospitais pediátricos
nacionais, que se tornaram referências no debate sobre a humanização
hospitalar:
(a) o Centro Infantil Boldrini, referência latino-americana no
tratamento de câncer infantil, projeto de Lurdez Helena;
(b) o Centro de Reabilitação Infantil Sarah Kubitschek, obra do
arquiteto João Filgueiras Lima e referência nacional, assim como toda a rede
Sarah; e, por último,
(c) o Hospital Pediátrico Robert-Debré, do arquiteto Pierre Riboulet,
referência européia quanto à humanização da arquitetura hospitalar.
Centro Infantil Boldrini
O Centro Infantil Boldrini é um dos mais importantes da América Latina, tornando-se assim uma referência nacional e internacional no tratamento de crianças que sofrem de câncer. https://www.boldrini.org.br/
O projeto do centro foi desenvolvido pela arquiteta Lurdez Helena (Zelena) e contempla aproximadamente 11 mil m² dispostos em quatro blocos. Situado no distrito de Campinas Barão Geraldo, no bairro Cidade Universitária, o hospital implanta-se em um terreno de grande dimensão, próximo ao parque ecológico, que lhe permite a visualização de uma paisagem agradável.
Arquitetura Hospitalar Boldrini |
Arquitetura Hospitalar Boldrini |
O contato com a natureza é possibilitado também pela grande extensão do terreno onde o hospital foi implantado. Têm-se significativas áreas verdes, onde são localizados espaços de lazer com diversos mobiliários urbanos e brinquedos infantis. Nesse sentido, torna-se clara a aplicação do conceito de humanização do arquiteto Lelé através da integração das áreas de atendimento médico com jardins destinados às crianças e a seus familiares, para descanso e recreação.
Arquitetura Hospitalar Boldrini |
A ideia de lar e aconchego é
permitida pela redução do número de quartos por ala. Os leitos são dispostos em
seis alas de internação e cada ala é composta por nove quartos e um posto de
enfermagem em formato de roseta no centro, possibilitando uma ampla
visualização de toda a ala. Ao lado de cada quarto dos pacientes, existe um
quarto para os pais da criança, que permite o contato da criança com os pais
durante todo o tratamento.
Os quartos são separados por paredes
de vidro e, como as crianças estão com uma baixa resistência – sujeitas,
portanto, a diversos tipos de infecções –, os pais devem passar por uma
higienização em pias externas antes de entrarem nos quartos. Esta disposição
diminui o estranhamento das crianças ao local em que estão hospedadas,
permitindo uma associação deste ambiente, a algo mais familiar, como a um hotel
ou até mesmo a própria casa.
Arquitetura Hospitalar Boldrini |
Centro Infantil Boldrini
Centro Infantil Boldrini
|
O Centro Infantil Boldrini é um dos
mais importantes da América Latina, tornando-se assim uma referência nacional e
internacional no tratamento de crianças que sofrem de câncer. https://www.boldrini.org.br/
O projeto do centro foi desenvolvido
pela arquiteta Lurdez Helena (Zelena) e contempla aproximadamente 11 mil m²
dispostos em quatro blocos. Situado no distrito de Campinas Barão Geraldo, no
bairro Cidade Universitária, o hospital implanta-se em um terreno de grande
dimensão, próximo ao parque ecológico, que lhe permite a visualização de uma
paisagem agradável.
O contato com a natureza é
possibilitado também pela grande extensão do terreno onde o hospital foi
implantado. Têm-se significativas áreas verdes, onde são localizados espaços de
lazer com diversos mobiliários urbanos e brinquedos infantis. Nesse sentido,
torna-se clara a aplicação do conceito de humanização do arquiteto Lelé através
da integração das áreas de atendimento médico com jardins destinados às
crianças e a seus familiares, para descanso e recreação.
A ideia de lar e aconchego é
permitida pela redução do número de quartos por ala. Os leitos são dispostos em
seis alas de internação e cada ala é composta por nove quartos e um posto de
enfermagem em formato de roseta no centro, possibilitando uma ampla
visualização de toda a ala. Ao lado de cada quarto dos pacientes, existe um
quarto para os pais da criança, que permite o contato da criança com os pais
durante todo o tratamento.
Os quartos são separados por paredes
de vidro e, como as crianças estão com uma baixa resistência – sujeitas,
portanto, a diversos tipos de infecções –, os pais devem passar por uma
higienização em pias externas antes de entrarem nos quartos. Esta disposição
diminui o estranhamento das crianças ao local em que estão hospedadas,
permitindo uma associação deste ambiente, a algo mais familiar, como a um hotel
ou até mesmo a própria casa.
Já na ala de internação do Boldrini,
nota-se a materialização da noção de humanização proposta por Costa, ou seja,
da busca da analogia com o lar. Isso se dá não somente pela escala dos
ambientes, mas, sobretudo, pela possibilidade de os pais ficarem junto com os
filhos durante o tratamento.
Permite-se, desta forma, que a
criança sinta-se protegida minimizando sua percepção do distanciamento de seu
lar, de sua mudança repentina de um lugar aconchegante (o seu quarto familiar)
para um local estranho (o quarto de um hospital).
Logo, apesar de o tempo de internação
no hospital não ser muito grande, estendendo-se apenas quando as crianças não
têm condições de ficarem em casa, nota-se uma preocupação muito grande com a
internação do paciente.
Outra materialização da ideia de lar,
proposta como forma de humanização por Costa, está na possibilidade de os
usuários personalizarem o ambiente hospitalar.
Permite-se uma aproximação dos
pacientes com o espaço e um maior reconhecimento do ambiente por parte dos
usuários. Isso é visível no Boldrini através do projeto “Pintando as Paredes do
Mundo”, monitorado pela artista plástica Vera Ferro, no qual as crianças em
conjunto com a artista pintam as paredes do hospital, deixando nelas as marcas
de sua apropriação.
O hospital torna-se mais acessível e
aproxima-se, desta forma, do lar: suas alas possuem dimensões reduzidas, os
pais permanecem junto de seus filhos e os pacientes reconhecem seus desenhos
nas paredes.
Centro de Reabilitação Infantil Sarah Kubitschek_ ARQUITETURA E
URBANISMO PARA TODOS!
Livros Grátis [PDF] A OBRA DE JOÃO FILGUEIRAS LIMA
O Centro de Reabilitação Infantil Sarah Kubitschek do Rio de Janeiro, projetado pelo arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé), foi construído em 2002 na ilha Pombeba - onde antigamente funcionava a 19° Divisão de Conservação da Cidade – localizada às margens da lagoa de Jacarepaguá, com ligação para a cidade através da Avenida Salvador Allende. O partido horizontal possibilitou uma implantação envolvida pela lagoa permitindo ampla visualização da paisagem e a integração dos espaços com grandes jardins destinados a banhos de sol dos pacientes.
Nessa unidade, como o atendimento se destina unicamente a reabilitação, não há, portanto, ala de internação.
Mesmo assim, nesse projeto, como em todos os outros hospitais da rede Sarah Kubitschek, Lelé materializa a ideia de humanização através do contato com a natureza e a arte. O edifício horizontal totalmente envolto por jardins aproxima o usuário do contato visual com as pessoas e como exterior.
Entretanto, a maneira como o centro foi implantado demonstra também uma semelhança com a noção de humanização defendida por Costa: sua horizontalidade e as dimensões reduzidas de cada unidade aproximam o usuário do ambiente.
Cada unidade articula-se ao conjunto do hospital como um elemento autônomo, o que permite ao paciente a compreensão de sua escala e seus limites com o espaço exterior.
O arquiteto Jorge Ricardo Santos de Lima Costa discute sobre as repercussões que a estadia no espaço hospitalar exerce na vida do paciente. Segundo o autor, o hospital é o símbolo da possibilidade de reformulação corporal e mental e, portanto, seus espaços devem ser configurados a partir do ponto de vista de seus usuários .
O uso da luz e da ventilação naturais em todos os ambientes – questão fundamental na obra de Lelé – garante, como afirma o arquiteto, a interação com a natureza e de proporcionar o bem-estar dos pacientes.
Às usuais iluminação e ventilação artificial dos espaços herméticos de hospitais, opõem-se a variabilidade de luzes e a oscilação da ventilação natural ao longo do dia. Através do uso extenso de sheds, o arquiteto enseja não somente uma maior integração com o espaço natural, como também um importante artifício de combate à infecção hospitalar. Para evitar a incidência direta do sol e, consequentemente, um ganho excessivo de calor nos ambientes internos, os sheds são protegidos por venezianas. Ou seja, assim como no restante da edificação, Lelé alia em seus sheds a funcionalidade do edifício hospitalar à humanização deste.
Além da integração do edifício com os espaços externos, Lelé integra a arquitetura com os painéis coloridos do artista plástico Athos Bulcão. Através do contato com estas obras de arte, busca-se sensibilizar os pacientes, estimulá-los com as diferentes cores e formas e contribuir, desta maneira, para o processo de cura. Entretanto o estímulo pela arte não é proposto somente através de sua contemplação.
No Centro de Reabilitação Infantil do Sarah há oficinas de artes com os usuários e os trabalhos produzidos pelos próprios pacientes são utilizados para enfeitar as paredes do centro. Percebe-se aqui, novamente, grande semelhança com a definição de humanização hospitalar de Costa.
Através dessas oficinas e da exposição de seus resultados, a questão da impessoalidade do espaço hospitalar e a ausência de personalização dos ambientes são contrapostas pela possibilidade de identificação do paciente a este espaço e de sua aproximação aos ambientes familiares.
“Os painéis e equipamentos criados por Athos Bulcão, presentes nos hospitais da rede, confirmam essa filosofia. São usados como uma contribuição integrada à arquitetura do local. [...] Os painéis de Athos fazem parte do ambiente. O paciente vai se sentir valorizado, mais respeitado, quando convive com uma obra de arte”.
Em conjunto com o artista plástico Athos Bulcão, Lelé, em seus hospitais, aproxima o espaço arquitetônico de elementos artísticos, como: painéis coloridos, muros de argamassa armada, pinturas, murais, entre outros.
Busca-se, desta forma, a concepção de espaços mais alegres, que
despertem o interesse dos pacientes e que sejam, portanto, belos.
Entretanto, neste projeto o hospital torna-se humano não somente pelo
contato com o belo, com a natureza e a arte, mas também pela busca da
personalização deste espaço, tendo analogia com espaço familiar.
_________________________________________________
Hospital Pediátrico Robert Debré
Hospital Pediátrico Robert-Debré, projeto do arquiteto Pierre Riboulet,
foi inaugurado em 1988 e se situa ao norte de Paris; é cercado ao sul pelo
Boulevard Serurier e ao norte pelo anel periférico, ruas de grande importância
na estrutura urbana de Paris.
O edifício do hospital destaca-se claramente do entorno por sua forma e
tamanho irregular.
Seu partido arquitetônico marca uma ruptura com o hospital tradicional,
através da relação criada entre o espaço público e o espaço hospitalar.
Trata-se do primeiro projeto na França em que se buscou a vinculação deste
equipamento ao tecido urbano adjacente por meio de uma galeria pública que
penetra transversalmente no hospital e organiza o acesso aos diversos serviços
deste. Após esse primeiro ensaio, outros arquitetos franceses utilizaram o
mesmo artifício ao buscar o prolongamento da cidade para dentro do hospital.
A ideia dessa galeria pública não é a de um simples corredor que
percorre todos os espaços do hospital, mas sim de um espaço de convivência e
relação com a sociedade. Nela se encontram usos que não estão diretamente
vinculados ao hospital (tais como lojas e lanchonetes) e permite-se sua
apreensão e apropriação como um grande espaço semipúblico.
Entretanto, além da analogia com o espaço urbano, frequentemente
aventada nas descrições deste hospital, percebe-se nele também a busca da
humanização através da integração com a natureza e arte.
A grande galeria é também um local de exposição de obras de arte; um
jardim interno vincula-se-lhe e a articula a uma série de terraços-jardins
exteriores que ampliam seu espaço e suas fronteiras, de tal forma que ela
parece desdobrar-se ao exterior. Assim como o arquiteto brasileiro Lelé,
Riboulet busca promover a iluminação natural nos ambientes hospitalares.
A atenção dada no projeto à integração com jardins e obras de arte e à promoção
de iluminação natural é demasiado intensa para que seja percebida como mera
obra do acaso. Percebe-se uma relação íntima entre o emprego desses artifícios
e a busca da humanização do espaço hospitalar semelhante à encontrada em
Lelé.
Entretanto, o enfoque do partido arquitetônico adotado por Riboulet
volta-se para a humanização através da mudança da fronteira entre o espaço
público e o privado, e da tentativa de ensejar através desta, uma nova
urbanidade dentro do espaço hospitalar.
23) ESTUDOS DE CASOS PROJETOS INTERNACIONAIS:
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Proposta Vencedora para o Hospital Universitário Køge / Rådgivergruppen USK
Hospital Universitário Køge / Rådgivergruppen USK |
Ambiente de promoção da saúde Localizado em uma impressionante área florestal em forma de anel, o design do Hospital Køge é baseado nas qualidades e no potencial do hospital existente e apresenta uma visão coesa, sustentável, arquitetônica, funcional e técnica de uma visão clara, compacta, verde e ecológica. convidando complexo hospitalar.
Foi construído pelo CF Møller em 1983-88, e a instalação compreende um complexo hospitalar baixo e densamente construído, com um único sistema geral de tráfego e agradáveis e acolhedores jardins e salas diurnas.
Rådgivergruppen USK, sob a liderança de C.F. Møller, Alectia e Rambøll, foi nomeado como vencedor do Concurso para construir o novo Hospital Universitário Køge, uma expansão do já existente Hospital Køge, que será triplicado para uma área total de 177.000 m².
Um projeto visionário em termos de arquitetura e funcionalidade, as várias funções do hospital podem ser estruturadas a partir de uma base altamente flexível, com boas oportunidades para dar suporte à visão holística da atenção ao paciente de Region Zealand. Mais imagens e descrição do arquiteto na continuação.
Os atuais edifícios de internação do hospital serão demolidos para
manter o atual salão principal como via principal do novo hospital. A partir
daí, quatro rotas de transporte vertical levarão à 'praças centrais', cada
uma com sua área de jardim correspondente, facilitando a localização dentro
do complexo.
O saguão principal será expandido, e novos jardins e estratégias
de iluminação natural serão acrescentados. Devido ao fato do edifício ser
compacto, terão menos corredores no novo hospital, e distâncias menores para
os funcionários percorrerem. A área relativamente limitada necessária em
relação ao tamanho do prédio, possibilitará adicionar novas alas em todas as
direções em um momento posterior.
O novo Hospital Universitário de Køge desenvolverá essas qualidades para criar um ambiente moderno, promotor de saúde e restaurador para pacientes, parentes e funcionários: os terrenos do hospital serão desenvolvidos com áreas paisagísticas, lagos e cursos de água. Todas as enfermarias de internação terão vistas do campo a oeste ou da Baía de Køge.
O ambiente verde, a ampla luz do dia, os jardins do pátio, os telhados verdes e as vistas são elementos-chave do conceito de arquitetura que promove a saúde.
Soluções logísticas inovadoras As instalações técnicas, como eletricidade, HVAS, ventilação, medidas de prevenção de incêndio, etc. estão tradicionalmente localizadas centralmente em um hospital.
Mas no USK eles serão descentralizados e localizados ao lado de cada quarto. Isso fará o melhor uso do espaço disponível, mantendo os pisos livres para as principais funções clínicas.
Isso também ajudará a garantir a futura impermeabilização do edifício, uma vez que será mais fácil ajustar as funções e os suprimentos técnicos relacionados de cada sala. Robôs móveis, ou AGVs (veículos guiados automaticamente), para transportar refeições, roupas de cama, medicamentos, utensílios de mesa usados etc. e um sistema de correio de tubo pneumático automatizarão os sistemas de logística interna e liberarão recursos da equipe para o atendimento e tratamento dos pacientes.
Claras e eficazes Os prédios hospitalares existentes serão demolidos para manter o atual salão principal como a principal via do novo hospital. A partir daqui, quatro rotas de transporte verticais levarão às praças centrais, cada uma com sua própria área de jardim no pátio, facilitando a localização do complexo.
O salão principal será ampliado e novos jardins no pátio e iluminação do telhado serão adicionados. Devido à compacidade do edifício, haverá menos corredores no novo hospital e distâncias mais curtas para os funcionários caminharem. A área relativamente limitada necessária em relação ao tamanho do edifício tornará possível adicionar novas asas em todas as direções posteriormente.
__________________________________________________
HOSPITAL INFANTIL MARINA OTTE |
ARQUITETURA FASHION
Os quartos estão todos voltados
para a melhor insolação (que na china é ao sul, ao contrário daqui), além de
a ventilação natural também estar favorecida. O prédio contará com telhados
verdes e selo Leed.
Os números, como tudo na China, são gigantescos: quase
95mil m2, 800 vagas, 600 leitos. Apesar de o número de vagas parecer grande,
para um hospital desse porte é até pequeno, mas isso se deve ao fato que o
transporte público atende o local.
|
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
Arquitetos: HKS
Local: Suzhou, China
Equipe de design: Ron Dennis FAIA
FACHA,
diretor encarregado; Douglas Compton
AIA LEED AP,
diretor de design; Alex Wang AIA LEED
AP,
planejador de projetos; Alex Ling
AIA,
designer de projeto Arquitetos
Associados: Fudan Design Institute (FDI);
Imagens do Instituto de Arquitetura
de Suzhou (SIAD) : Cortesia de HKS
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
O projeto se inspirou numa pipa (ou
pandorga, papagaio para quem preferir). Empinar pipa é quase um vício pelos
parques na China. Quantos maior e mais leveza ao “voar” melhor. Exatamente essa
brincadeira de criança, e de muitos adultos também, foi a base da humanização
do hospital.
O projeto procurou deixar o ambiente
mais afável com a temática, as curva, as cores e muita vegetação e uso da água.
A água e a vegetação também seguem a leveza da tradicional pipa. Além disso,
foram criados muitos espaços de convivências para as crianças e suas famílias.
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
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Prática internacional de
arquitetura HKS compartilhou
conosco sua proposta para a Competição Hospital Infantil de Suzhou em China.
O programa inclui um hospital infantil de 94.800 m² com 600 leitos na fase inicial,
incluindo mais de 7.000 m² para ambulatórios, 14 salas de cirurgia, um
departamento de emergência com serviço completo, imagens e suporte necessário.
Outros elementos importantes do
programa incluem uma instalação de ensino / pesquisa e administração,
alojamento para funcionários, uma instalação separada de doenças infecciosas e
estacionamento inicial para 800 carros. Você pode ver mais imagens e descrição
do arquiteto após o intervalo.
Esse hospital pediátrico oferece
atendimento a um grande volume de pacientes em um ambiente sensível às
necessidades das crianças e de seus pais.
Essa instalação de 1,3 milhão de pés
quadrados fornecerá 800 leitos de pacientes, 3.000 consultas ambulatoriais
diárias e 500 atendimentos de emergência.
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
O jardim aquático do Hospital Infantil de Suzhou lembra uma
longa tradição dos jardins aquáticos de Suzhou, conhecidos por sua beleza e
tranquilidade. As características da água também fornecem uma conexão visual
aos canais de Suzhou, a Veneza do Oriente. O projeto confina com canais nos
lados sul e leste.
A arquitetura do hospital reforça
esse vínculo com a fluidez da água nos jardins e canais e com a fluidez de uma
pipa. As curvas são visualmente atraentes, como ondas de água ou correntes de
ar. Faixas de cores serão intercaladas na fachada do edifício para designar
ainda mais o hospital como um local para crianças e suas famílias.
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
As pipas sempre encantaram as
crianças por séculos. Acredita-se que as pipas tenham se originado na China há
mais de 2800 anos. Suas cores e formas brilhantes que voam pelo céu trazem
maravilha e alegria para crianças de todas as idades.
O Hospital Infantil de Suzhou tem sua
própria pipa muito grande que sobrevoa o jardim e as áreas de lazer. Esta pipa
fornece cobertura e proteção contra o sol e a chuva, acrescentando cor e prazer
às crianças e suas famílias.
HOSPITAL INFANTIL DE SUZHOU_ HOSPITAL SUSTENTÁVEL |
A estrutura translúcida e
colorida da entrada faz alusão às tradicionais pipas, que acredita-se terem
sido criadas na China quase 3 mil anos atrás.
A exploração das cores não é novidade
em hospitais para pacientes mirins. A inovação desta “pipa” é que suas cores
projetadas nos ambientes que ela abriga se movem e mudam de forma conforme muda
a posição do sol em relação ao prédio.
Essa é só a introdução a um projeto
todo pensado para reduzir a apreensão e medo dos pacientes e seu familiares,
através do contato com inúmeros ambientes ajardinados ao longo do enorme
edifício, incluindo lagos, que são tradição na região de Suzhou.
O hospital infantil de Suzhou
existente está localizado em um prédio com 80 anos de idade, com poucas
melhorias desde sua construção original. Este novo hospital substituto foi
projetado com todos os conceitos mais recentes na prestação de serviços de
saúde pediátrica. As imagens do design aliviam o estresse e os medos dos
pacientes e de seus pais. Os espaços são projetados com as necessidades físicas
e emocionais dessa população única. A infusão de luz natural, áreas clínicas
bem planejadas e o acesso a várias áreas externas oferecem alívio da ansiedade
e estimulam a saúde do paciente.
Os funcionários terão acesso às áreas
de jardim reservadas para uso exclusivo.
Eficiência operacional e redução da
distância percorrida foram alcançadas nas áreas clínica, de diagnóstico /
tratamento e de internação.
A moradia é fornecida no campus para
funcionários de todos os níveis.
Considerações ergonômicas foram
incluídas no design das áreas de trabalho da equipe.
Os pacientes chegarão a pé, de
ônibus, de bicicleta e de automóvel através de uma ponte que atravessa um
jardim de recuperação abaixo do nível da escola, projetado especificamente para
crianças e seus pais, chegando em um espaçoso espaço multinível que fornece
fácil localização e acesso a todas as áreas da cidade. hospital.
- O uso de escadas rolantes
acelera os pacientes para as áreas clínicas.
- Cada andar da instalação terá
registro de pacientes, caixa e farmácia, reduzindo assim o
congestionamento e padrões de tráfego desnecessários.
- As áreas de atendimento ao
paciente foram projetadas para que todos os quartos voltados para o sul,
em uma mistura de alas individuais e 4 camas.
- Os quartos virados a sul
proporcionam o melhor equilíbrio dos benefícios de cura do sol.
- A inclusão de um edifício
separado para doenças infecciosas, áreas VIP para pacientes e funcionários
abrigam oportunidades para soluções de design integradas em um ambiente
adequado para crianças.
- O site está localizado em uma
área urbana em rápido desenvolvimento de Suzhou.
- O projeto utilizará a água do
canal adjacente para paisagismo, jardins de água e suplementação dos
sistemas de HVAC.
- A cultura chinesa acredita na
luz natural e no ar como um componente importante da prestação de serviços
de saúde.
- Todos os quartos dos pacientes
estão voltados para o sul com a capacidade de ventilação natural.
- Pátios de jardim fornecerão luz
natural e ar para as funções clínicas e de diagnóstico do hospital.
- O projeto incorporará tecnologia
de teto frio e telhados verdes.
- O cliente está solicitando a
classificação equivalente de prata LEED para o projeto.
- O estacionamento é mínimo para
um projeto desse tamanho e todo o estacionamento fica abaixo da grade,
diminuindo o efeito da ilha de calor.
- As paradas de ônibus estão
localizadas nas ruas adjacentes.
- Prevê-se que a maioria dos
visitantes chegue em transporte de massa.
- A acomodação dos funcionários é
fornecida no local para minimizar o transporte para o trabalho.
- O novo hospital substitui uma
instalação desatualizada e congestionada e melhorará a prestação de
cuidados de saúde às crianças de Suzhou.
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AALBORG UNIVERSITY HOSPITAL – DINAMARCA
Aalborg University Hospital – Dinamarca |
Aalborg University Hospital – Dinamarca |
Autores – Projeto de
Arquitetura: Schmidt Hammer Lassen
Architects
Localização: Dinamarca
Concurso: 2012
Construção: 2013-2020
Área total: 330.000 m²
O Hospital Universitário de Aalborg,
na Dinamarca, é resultado de um plano governamental de investimentos na área de
saúde na região, que inclui um Plano Diretor com área de aproximadamente
330.000m2, edificações hospitalares com cerca de 134.500m2 e a Faculdade de
Ciências da Saúde da Universidade de Aalborg, com
17.000m2. (Memorial Descritivo www.shl.dk)
O sentimento de estarem em um local
estranho prejudica o processo da cura, tanto física quanto emocional. Logo, o
arquiteto busca a humanização/beleza através da inserção de amplos espaços
coletivos no programa da arquitetura hospitalar, nos quais jardins e obras de arte
são convocados como forma de dotar o edifício da capacidade de contribuir no
processo de cura.
MAQUETE DO HOSPITAL
Aalborg University Hospital – Dinamarca |
O projeto combina o conjunto edificado com a paisagem em declive, a partir de uma transição suave em relação às edificações existentes, da Universidade de Aalborg.
Aalborg University Hospital – Dinamarca |
O conceito do novo Plano Diretor é criar uma estrutura urbana em que as
ruas, caminhos e pátios formam espaços bem diversos, relacionados à escala
humana, tanto nas edificações quanto nos espaços intersticiais. A ideia
arquitetônica é reforçar as características da paisagem existente e criar
sinergia entre as diferentes funções do hospital.
O Plano Diretor sustentável oferece não apenas o máximo de
flexibilidade em relação a futuras expansões do complexo, mas também garante ao
conjunto boas perspectivas e grande luminosidade, tanto para os pacientes
quanto para os familiares e funcionários.
Aalborg University Hospital – Dinamarca |
Aalborg University Hospital – Dinamarca |
A proposta arquitetônica teve como ideia central o foco no usuário – o
cidadão. No projeto, houve uma atenção especial aos espaços circundantes,
marcados pela diversidade espacial, diminuindo o caráter formal, institucional
e impessoal que em geral caracterizam esse tipo de ambiente.
Logo, a humanização do espaço hospitalar, para Costa, passa por reduzir
a distância entre o hospital e o paciente. Tal aproximação, que se baseia
na metáfora do lar, não se resume, no entanto à redução da escala de seus
compartimentos. A impessoalidade desses equipamentos deve-se também ao fato de
não permitirem personalização dos espaços por seus usuários, tal qual estes
fazem em suas casas. Sem possibilidade de apropriar-se e identificar-se com
espaço em que estão hospedados, a angústia dos pacientes amplia-se.
A ideia do lar e da intimidade também é frequente nos discursos sobre a
necessidade de humanizar as arquiteturas voltadas para saúde. O edifício
hospitalar passa então a ser organizado segundo a especialização de áreas
internas, baseada em atividades de cuidados aos pacientes e seus diversos
apoios . A partir da cuidadosa locação de cada um dos elementos e funções,
é possível garantir proximidade e ao mesmo tempo continuidade.
Dentro desse contexto, a utilização da ventilação e iluminação
naturais nas unidades do hospital evita os frequentes espaços
herméticos e proporciona ambientes mais humanos, além de contribuir no
combate à infecção hospitalar. Para ambientar esses projetos é
preciso “defender iluminação e ventilação naturais não é só por esse aspecto da
economia de energia, não é só para tornar o ambiente mais natural, mais humano,
mas, no caso do hospital, também é para proteger contra a infecção hospitalar”.
A Ata do Júri, que elegeu o projeto como vencedor do concurso,
destaca: “A arquitetura é clara e atende às demandas do hospital,
oferecendo uma experiência espacial e humana. A equipe de arquitetos conseguiu
criar um hospital ao mesmo tempo funcional e acolhedor, em relação à escala
humana, tanto nos espaços internos quanto externos”.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
COSTA, José Ricardo Santos de Lima. Op. cit., 2001. COSTA, José Ricardo Santos de Lima. “Espaço hospitalar: a revolta do corpo e a alma do lugar”.
DE GÓES, Ronald. Manual prático de arquitetura hospitalar. São Paulo, Edgar Blucher, 2004.
FERMAND, C. Lês hôpitaux et les cliniques. Paris, Édition déléguée, 1999, p. 79-80, passim – tradução nossa.
FIGUEROLA, Valentina. “Em dia com a saúde”, AU, set., 2002, p. 24-29.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de janeiro, Editora Graal,
1989, p. 99.
Remete-se o leitor aos seguintes textos: SILVA, Kleber Pinto. A idéia de
função para a arquitetura: o hospital e o século XVIII – parte 1/6.
KARMAN, J. “Tratamento e humanização”, Projeto Design, n. 214, nov. 1997, p. 44.
LIMA, João Filgueiras. O que é ser arquiteto: memórias profissionais de Lelé (João Filgueiras Lima).
MIQUELIN, Lauro. “Um lindo hotel, parece um hospital”, Projeto design, nov., 1997, p. 104-107.
PEVSNER, Nicolaus. Hospitales. In: Historia de las Tipologias Arquitetonicas.
Barcelona, Gustavo Gili, 1980, p. 165-382.4; SILVA, Kleber Pinto.
SILVA, Kleber. Op. cit., 2001 No Brasil esse movimento teve seu ápice na 8º Conferência de Saúde em
1986, cujo resultado principal foi à proposição do Sistema Único de Saúde na
Constituição de 1988.
SITES DE PESQUISA:
A idéia de função para a arquitetura: o hospital e o século XVIII – parte 6/6. Função, um conceito?: aprendendo com Tenon e considerações finais. Arquitextos, São Paulo, ano 02, n. 019.05, Vitruvius, dez. 2001 < www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.019/823 .
Arquitextos, n. 013, 2001. Disponível em: <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/bases/texto079.asp >. Acessado em 19 de Janeiro de 2020.
Considerações preliminares e a gênese do hospital moderno: Tenon e o Incêndio do Hôtel-Dieu de Paris. Arquitextos, São Paulo, ano 01, n. 009.05, Vitruvius, fev. 2001 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.009/919/pt
https://vivamelhoronline.com/2013/07/02/pela-saude-do-planeta-hospitais-sustentaveis/Published
julho 2, 2013 Qualidade de Vida , Sustentabilidade 2 Comments
Tags:alimentação, água, bem-estar, cuidados, Desenvolvimento, esgoto, Hospitais, hospitais saudáveis, Hospital, into, Prevenção, renováveis, risco, Saúde, sustentaveis, sustentável, Unimed
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Colunista:
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